As providências do Estado mediante a previsão de chuvas intensas no RS
- Tela Tomazeli | Editora
- há 4 horas
- 6 min de leitura
Atualizado: há 2 horas
DEFESA CIVIL
Três gabinetes de crise regionais e reunião com prefeitos está entre as providências do Estado para enfrentar as chuvas que devemn chegar no RS neste sábado
Gabinete de Crise Regional na cidade de Caxias do Sul
A fim de atender ocorrências decorrentes das chuvas intensas previstas para o fim de semana na Serra, o governo do Estado determinou a instalação de um Gabinete de Crise Regional na cidade de Caxias do Sul. Além disso, a Defesa Civil e a Secretaria da Segurança Pública (SSP) mobilizaram equipes e veículos de salvamento para atuarem na região, com foco na proteção de vidas e na redução de danos.
O Gabinete de Crise, que funcionará no Centro Integrado de Operações de (CIOp) de Caxias do Sul, foi criado para acompanhar a situação em tempo real e coordenar ações preventivas e emergenciais. As medidas terão como foco a proteção de vidas e a redução de danos. As instituições vinculadas à Secretaria da Segurança Pública — Brigada Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Instituto-Geral de Perícias — estarão com seus efetivos a postos. A mobilização envolve, inclusive, o Batalhão de Aviação e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).
Por meio do gabinete, haverá a articulação entre todos os órgãos envolvidos na gestão da crise. O Estado apoiará o município em diversas ações, como na identificação e remoção de pessoas em áreas de risco, no trabalho de orientação à população e na gestão de recursos humanos e materiais.
Em caso de emergência, a população pode acionar a Brigada Militar pelo telefone 190 e o Corpo de Bombeiros Militar pelo 193, além dos contatos locais das instituições vinculadas.
O Centro de Monitoramento da Defesa Civil, que já opera ininterruptamente, seguirá monitorando, durante todo o fim de semana, as condições meteorológicas e o nível dos rios. Os últimos avisos e alertas estão disponíveis no site oficial da Defesa Civil. A população deve acompanhar os canais oficiais e seguir as orientações das autoridades locais.
Comando Rodoviário também monitora situação das estradas
O monitoramento das estradas será feito de forma constante pelas equipes do Comando Rodoviário da Brigada Militar. Os motoristas podem acompanhar, em tempo real, o mapa com os pontos de bloqueio total ou parcial nas rodovias estaduais por meio do site do CRBM.
O CRBM reforça a orientação para que a população evite deslocamentos nas rodovias durante o fim de semana, realizando-as apenas em situações de urgência. Recomenda, ainda, que a população não tente atravessar áreas alagadas, bem como córregos e outros cursos d’água, evitando exposição a riscos.
Equipes mobilizadas em vários pontos do RS
Além do gabinete de Caxias do Sul, foram criados mais três postos: dois Gabinetes de Crise Regionalizados – um em Lajeado e outro em Santa Cruz do Sul – e o Gabinete Estratégico de Crise, instituído na sede da Defesa Civil estadual, em Porto Alegre.
Chuvas
Para sábado (28/6), o aprofundamento da área de baixa pressão sobre o Estado, aliado ao fluxo de umidade do norte do País, favorece a ocorrência de chuva forte a intensa na metade norte, nas Missões, no Centro e na Região Metropolitana.
Os acumulados variam entre 50 mm e 90 mm nas regiões Noroeste, Norte, Serra, Metropolitana, Vales e Litoral Norte, podendo superar 100 mm em alguns locais, especialmente durante a noite. Nas demais regiões, os volumes de chuva ficam entre 10 mm e 40 mm. Também há um risco baixo de temporais com granizo e de rajadas de vento acima de 70 km/h associadas às instabilidades no noroeste e no norte do Estado.
Na madrugada e em parte da manhã de domingo (29/6), o fluxo de umidade continental, aliado à formação de um ciclone extratropical próximo da costa, ainda favorece chuvas que variam de fortes a intensas e que podem ser persistentes. Elas podem ser acompanhadas de raios e temporais isolados, com eventual queda de granizo e rajadas de vento acima de 70 km/h e associadas às instabilidades.
Os acumulados variam entre 50 mm e 80 mm por dia nas Missões, no Noroeste, no Centro-Norte, na Região Metropolitana e na Serra, podendo chegar, pontualmente, aos 100 mm por dia dia nos Vales e no Litoral Norte. Nas demais regiões, os acumulados ficam abaixo de 30 mm por dia. Com a influência do ciclone, as rajadas de vento se intensificam, variando entre 50 km/h e 75 km/h na metade sul do Estado, na Região Metropolitana, no Nordeste e em todo o Litoral, deixando o mar agitado.
Aviso hidrológico
A condição hidrológica atual é de níveis elevados nos rios na faixa central do Estado, acima da cota de inundação, em nível de alerta e de atenção em diversas estações. Segundo a Defesa Civil estadual, destacam-se:
Rios do oeste
Uruguai: está acima da cota de inundação entre São Borja e Uruguaiana, com tendência de lenta elevação;
Ibicuí: está acima da cota de inundação nas estações de Manoel Viana e Passo Mariano Pinto, com tendência de declínio.
Rios da metade leste
Jacuí: está acima da cota de inundação entre Cachoeira do Sul e o Delta do Jacuí, com tendência de declínio;
Caí, Sinos e Gravataí: apresentam níveis altos em suas cidades mais a jusante devido ao efeito dos níveis altos do Guaíba, dificultando a vazão;
Guaíba: se encontra acima da cota de inundação na região das ilhas e em cota de alerta em Porto Alegre, em lento declínio. Esse cenário deve se manter no decorrer dos próximos dias devido a mudança de direção dos ventos, dificultando o escoamento;
Lagoa dos Patos: deve seguir com níveis elevados devido ao escoamento da cheia do Guaíba.
Devido a esse cenário e à previsão de novas chuvas na metade norte do Estado, mantêm-se as condições de atenção e alerta para os municípios em amarelo e em laranja no mapa hidrológico, respectivamente, nos quais os níveis permanecem elevados e com riscos hidrológicos.

Devido às chuvas dos últimos dias, os solos na região se encontram muito úmidos, favorecendo respostas hidrológicas com as precipitações. Há risco de cheias e inundações de arroios e pequenos rios, enxurradas, além da elevação em rios maiores, que devem seguir variando entre limiares de atenção e alerta para inundação, além de alagamentos em áreas urbanos e movimentos da massa.
A condição de inundação é indicada para os seguiintes rios:
Ibicuí (Manoel Viana e Itaqui);
Uruguai (São Borja a Uruguaiana);
Jacuí (Dona Francisca, Cachoeira do Sul até o delta do Jacuí);
Pardo e Pardinho, Taquari (Encantado a Taquari);
Caí (São Sebastião do Caí e Montenegro);
Paranhana (Igrejinha a Taquara);
Sinos (Campo Bom, São Leopoldo até o delta do Jacuí);
Gravataí (Alvorada e Gravataí) ;
Guaíba (região das ilhas e cais de Porto Alegre).
Reunião com mais de 180 prefeitos
Na reunião desta tarde (27), com mais de 180 prefeitos e representantes municipais, realizada por videoconferência, foram repassadas orientações para que as defesas civis municipais emitam alertas em tempo real à população, atuem na remoção preventiva de moradores e mantenham canais de comunicação abertos com o Estado. Também foi reforçado o apoio às comunidades que já sofreram em eventos anteriores e que, mesmo acostumadas à rotina de enchentes, devem buscar abrigo seguro com antecedência.
A previsão é de que os efeitos mais severos do novo evento meteorológico se concentrem entre a tarde de sábado e a madrugada de domingo. O governo seguirá em monitoramento permanente e pronto para acionar equipes, recursos e estruturas de apoio emergencial em todo o território gaúcho.
O cenário meteorológico apresentado pela Defesa Civil indica a possibilidade de volumes de chuva superiores a 150 milímetros em algumas regiões, o equivalente à média de um mês inteiro acumulada em poucas horas. De acordo com os alertas mais recentes, as bacias dos rios Taquari, Caí, Paranhana, Sinos, Gravataí e Pardo podem ter respostas hidrológicas rápidas, exigindo atenção imediata.
“O momento exige máxima mobilização de todos. O foco agora é preservar vidas”, destacou o governador Eduardo Leite, ao pedir que as prefeituras atuem preventivamente para retirar famílias de áreas de risco, especialmente em regiões próximas aos rios e encostas com solo encharcado, suscetíveis a enxurradas e deslizamentos.
Texto: Ascom Defesa Civil / Edição: Secom
Rio Guaíba

Comentários