O Vale dos Vinhedos: Berço da excelência vitivinícola brasileira
- Tela Tomazeli | Editora

- 23 de ago.
- 3 min de leitura
VALE DOS VINHEDOS, RS - Um vinho não é apenas uma bebida; é a história de um lugar, a paixão das pessoas e a identidade de um terroir. No Brasil, essa essência encontra sua expressão máxima no Vale dos Vinhedos, a primeira região do país a conquistar a Denominação de Origem (D.O.) para seus vinhos e espumantes. Essa distinção, concedida em 2012, certifica que cada garrafa é um retrato líquido da terra, do clima, da cultura e do "saber fazer" local, transmitido por gerações desde a chegada dos primeiros imigrantes italianos em 1875.

O que é uma Denominação de Origem?
A Denominação de Origem é um selo de reconhecimento concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Diferente da Indicação de Procedência (IP), que apenas atesta a fama de um lugar por seus produtos, a D.O. vai além: ela garante que as qualidades e características de um produto estão intrínseca e exclusivamente ligadas ao seu meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos. No caso do Vale dos Vinhedos, isso significa que a uva, o processo de produção e a tradição se unem para criar um produto único, que só poderia nascer ali.
O Caminho até a D.O. e os resultados em números
A jornada para a conquista da D.O. foi longa e rigorosa. Começou com a formação da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) em 1995. Após anos de pesquisa e trabalho, a região obteve a Indicação de Procedência em 2002. No entanto, buscando um nível ainda maior de reconhecimento, a Aprovale trabalhou para cumprir as exigências mais restritivas da Denominação de Origem. A conquista, em 2012, consolidou o Vale dos Vinhedos como um dos grandes expoentes da vitivinicultura mundial.
O sucesso desse trabalho pode ser visto nos números. Até o ano de 2024, a Indicação Geográfica do Vale dos Vinhedos (que inclui a IP e a D.O.) já havia resultado na produção de milhões de garrafas.
Mais de 17,7 milhões de selos de Indicação de Procedência foram emitidos até 2022.
Mais de 5,6 milhões de selos de Denominação de Origem foram emitidos até 2022, o que representa uma produção de mais de 6,2 milhões de garrafas, totalizando cerca de 4,6 milhões de litros. Aproximadamente 30% desse volume é de espumantes.
Para garantir a qualidade, foram analisadas 448 amostras para a Indicação de Procedência e 320 amostras para a Denominação de Origem até 2024.
As Regras para Vinhos e Espumantes com D.O.
Para que um vinho ou espumante possa exibir o selo da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos, ele deve seguir um conjunto de normas estritas:
Cultivo: as uvas precisam ser cultivadas 100% na área demarcada e a colheita deve ser manual. A produtividade é controlada, limitando a colheita a 10 toneladas por hectare para vinhos e 12 para espumantes.
Variedades: a uva emblemática para os tintos é a Merlot, e para os brancos, a Chardonnay. Outras uvas permitidas são Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat, Pinot Noir e Riesling Itálico.
Produção: os vinhos tintos devem ter um período mínimo de maturação de 12 meses. Os espumantes, por sua vez, são produzidos exclusivamente pelo método Tradicional (com segunda fermentação na garrafa) e permanecem em contato com as leveduras por pelo menos nove meses.
Além de seguir essas regras, cada lote de vinho e espumante passa por uma rigorosa análise sensorial e laboratorial antes de ser aprovado. Esse processo garante que cada garrafa com o selo D.O.V.V. (Denominação de Origem Vale dos Vinhedos) é um sinônimo de excelência, tradição e autenticidade.





















































































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