Opinião
- Tela Tomazeli | Editora
- hĆ” 34 minutos
- 4 min de leitura
Gramado: Mais ou Melhor Ā
Caros leitores e amantes de Gramado,

Compartilho um desabafo que veio de um "rompante", Ć© um sentimento de dor e sofrimento fĆsico, pode acreditar. Meu corpo āsenteā, Ā ao ver nossa cidade ser, na minha opiniĆ£o, "maltratada". O centro de Gramado Ć©, na verdade, um parque a cĆ©u abertoĀ que exige zeladoria e cuidado.
A questĆ£o central nĆ£o Ć© sobre ser "O Maior Natal do Mundo". Gramado estĆ” com a "sĆndrome do maior", mas, como sempre digo, "nĆ£o Ć© sobre maior, Ć© sobre melhor". A verdadeira magia estĆ” no detalhe, e Ć© isso que estĆ” faltando.
Ā
Minha formação sobre Gramado vem da Dona Irma Peccin cuidando das flores, e do Luciano Peccin e sua esposa Marlene, que ensinaram que Turismo Ć© experiĆŖncia (isso quando esta palavra nĆ£o era moda e virasse somente uma palavra), e excelĆŖncia. Me dizia Luciano: āTela, tudo tem que ser tĆ£o bem feito, que nĆ£o Ć© nós que vamos atrĆ”s da imprensa, Ć© a imprensa que vem atĆ© nós, porque nĆ£o pode deixar de noticiarā.Ā
O Natal Luz TEM que respeitar a cidade. Na faculdade de Turismo aprendemos que se a população não estÔ satisfeita, chega um momento que vai tratar mal o turista. E a régua deve ser nossa, não do turista!
Ć inaceitĆ”vel ver tapumes e canteiros de obras na PraƧa Major Nicoletti, literalmente a Gramadotur āloteouā a praƧa central da cidade e mais, em pleno final de novembro, com turistas circulando. E os 'containers', servindo de lanchonete, junto a Vila de Natal, que virou um cenĆ”rio na frente e nas costas uma vergonha, inexplicĆ”vel. E o show de Natal sĆ”bado a tarde, na arvore de Natal. Eu sinto vergonha do descompasso, da falta de integridade ao espĆrito natalino.
Ā
Embora eu elogie a determinação de Rosa Helena, presidente da Autarquia , eu sigo cobrando os detalhes. A GramadoTour e o Natal Luz nĆ£o estĆ£o acima de Gramado. O Natal Luz Ć© mais do que só trazer dinheiro; hoje, natais muito bem feito se espalham pelo paĆs, e Gramado precisa ter excelĆŖncia. Mas, parece que estamos retroagindo.
à só circular pela cidade para ver a falta de critério, de cuidado, de descaso, nos detalhes e, Gramado foi feito nos detalhes. Talvez as pessoas não vejam, porque não sabem, não estiveram aqui quando os primeiros passos foram dados. à Cultural.
Nosso departamento de trĆ¢nsito Ć© caótico, em todos os sentidos. Recebo foto e release de que estĆ£o fazendo sinalização a noite, meia dĆŗzia, para efeito de fotografia, porque fora do centro estĆ£o fazendo de dia. Ao invĆ©s de respeitar o traƧado, novos estĆ£o sendo feitos, deixando duas marcas. A priorização do centro mostra o quando a Secretaria nĆ£o respeita o morador, pois a prioridade deveria ser a Estrada Velha (EmĆlio Leobet), com buracos da Corsan e, os quebra-molas sem nenhuma sinalização. Outro dia fui levar minha mĆ£e no mĆ©dico, uma senhora chegando aos seus 90 anos, debilitada, nĆ£o vi o ācalomboā e, mesmo com o cinto de seguranƧa ele sofreu um solavanco e nĆ£o, eu nĆ£o estava em alta velocidade. Pedindo providĆŖncia, a resposta foi que tinham que obedecer a cronograma. Que cidade Ć© esta que trata mal a sua população? O resultado falei no inĆcio, rebate no atendimento ao turista.
O fluxo de veĆculos no centro Ć© uma vergonha. A Avenida Borges de Medeiros, onde Ć© proibido circular caminhĆ£o, Ć“nibus e carros pesados, passa atĆ© carreta com mĆ”quina. E a resposta do Departamento de TrĆ¢nsito Ć© que sĆ£o multados. Novamente, nĆ£o Ć© sobre multar, Ć© sobre cuidar. A Borges foi uma das primeiras ruas do Brasil a ser revitalização com fiação subterrĆ¢nea, o objetivo de criar um cenĆ”rio a cĆ©u aberto para circulação e encantamento (lembra do parque a cĆ©u aberto que falei no inĆcio).
Ā
O trabalho da Corsan Ć© uma vergonha, cansei de defender. SĆ£o necessĆ”rias as obras mas, respeito ao morador e ao turista. Bairros trancados, detonaƧƵes sem comunicar, obstrução de saĆdas de garagens, alĆ©m das vias com buracos, usando as calƧadas estacionar os carros dos obreiros. A população de Gramado estĆ” esgotada. Obras nĆ£o significam desorganização, Ć© possĆvel ter a duas coisas, basta planejamento, basta eficiĆŖncia administrativa. E o caminhĆ£o da Corsan tirando esgoto, na calƧada, as 13h30, em frente a um restaurante, com os turistas almoƧando. Simplesmente uma situação surreal, nĆ£o hĆ” outra palavra.
Ā
O fato de termos dados de aumento de permanência, movimento recorde, não é só pelo Natal Luz. Temos situações relevantes que são fundamentais para esta movimentação, a segurança, o trabalho feito pela Secretaria de Turismo desde 2024, o investimento empresarial, a cidade florida, a cortesia da cidade em si ...
Não desmereço o Natal mas insisto, o Natal Luz não estÔ acima de Gramado. E, ninguém vai para uma cidade mal cuidada, insegura, sem educação, sem saúde. Gramado é um contexto de forças e, a comunidade que dÔ sustentação, não estÔ sendo respeitada.
Ā
Me disse um amigo; āperdemos a mĆ£oā.
Sim, perdemos a mão. Quem vai reencontrar o rumo?
Pode crescer, fazer, modificar, modernizar mas, os eventos tradicionais do municĆpio e o centro da cidade devem ser preservados. Como se dentro de Gramado, tivĆ©ssemos um parque a cĆ©u aberto. SerĆ” que alguĆ©m pode compreender, por favor!
Tela Tomazeli







































































