O longo Caminho de Gramado, do capinzal à Cidade Feita de Histórias (1875-2025)
- Tela Tomazeli | Editora

- há 37 minutos
- 3 min de leitura
Uma História ao Pé da Lareira
Sente-se mais perto. O calor da lareira de Gramado tem esse poder de nos convidar à memória, de nos fazer folhear um livro onde cada página cheira a pinho e a biscoito recém-assado.
Esta é a história da nossa cidade. Uma saga de quase 150 anos que se inicia com um simples sussurro e chega a 2025 celebrando o que sempre fomos: um destino "Feito de Histórias".
O sussurro da Origem e a Forja da vontade (1875 – 1919)
No final do século XIX, Gramado era, antes de tudo, um convite da natureza. Não havia avenidas, mas sim um desvio na mata virgem. Os tropeiros sabiam onde parar, era próximo do gigantesco carrapicho, perto do qual corria um riacho e, a grama ali crescia muito suculenta, verde escura e folhas largas. Na boca do povo este lugar era gramado, que dava pasto e descanso. Perceba que nascemos com a vocação da hospitalidade.
As primeiras famílias a aceitar o desafio da Serra, como a de Tristão de Oliveira e José Manoel Correa, eram desbravadores, plantando as primeiras sementes do que viria a ser o aconchego que hoje nos define.
Neste chão rústico, a vontade de fazer o futuro começou a ganhar forma. Homens como o Major Nicoletti e João Leopoldo Lied lutaram para que a sede distrital viesse para cá, para a Vila do Cedro (nossa efêmera Dinizópolis). Eles eram os primeiros artesãos da cidade, construindo o futuro com base em tolerância e união, como vimos no nascimento da Paróquia de São Pedro.
O primeiro grande sorriso veio em 1919. O barulho da locomotiva, a chegada do trem, quebrou o silêncio da mata e nos conectou ao mundo. O trem foi a primeira grande porta de entrada para o nosso destino.
O Batismo e a luta pela Liberdade (1920 – 1954)
Com o trem, vieram os visitantes. E em 1920, o jornalista Assis Brasil olhou para as montanhas, para as pensões recém-inauguradas (como o Hotel Bertolucci) e deu à vila sua identidade mágica: "a Suíça Brasileira". A alcunha grudou.
Mas faltava a liberdade. Por décadas, a luta pela Emancipação foi uma história de resiliência. Depois de uma tentativa frustrada, a persistência venceu. Em 15 de dezembro de 1954, a Vila do Cedro era, finalmente, o Município de Gramado. A posse do primeiro prefeito, Walter Bertolucci, foi a assinatura do nosso destino: a partir daquele dia, éramos os únicos responsáveis pela nossa própria história.
A florada da Cultura e o Palco do Brasil (1958 – 1985)
A cidade emancipada rapidamente descobriu sua vocação: o turismo feito com afeto.
O marco dessa descoberta veio em dezembro de 1958, com o nascimento da Festa das Hortênsias. Foi o momento em que decidimos nos vestir de jardim, trocando a imagem da "mata misteriosa" pela da "cidade Jardim". O azul das hortênsias se tornou o nosso emblema.
Em 1973, a vocação cultural se solidificou. Nascia o Festival de Cinema de Gramado, transformando o tapete vermelho em um palco onde as histórias do cinema nacional. A partir daquele momento, Gramado não apenas contava sua história; ela a dividia e amplificava as histórias do Brasil.
O ápice do encantamento veio em 1985, com a criação do Natal Luz. A cidade, que já acolhia os visitantes durante o dia, decidiu acender milhões de luzes para aquecer as noites de inverno. O evento transformou a sazonalidade e nos consolidou como um destino atemporal, onde cada estação é uma emoção.
De 1985 a 2025 – O Legado Perene
Da metade da década de 80 até hoje, Gramado se transformou no destino que conhecemos: próspero, cosmopolita e, acima de tudo, humano.
Nossa história se expandiu para além do centro, abraçando o Lago Negro, o Mini Mundo, e a força da nossa gastronomia e hotelaria. Construímos o destino com a mesma paixão dos pioneiros, usando o basalto nos largos passeios e mantendo o charme europeu que nos projeta para o futuro.
Hoje, em 2025, ao lançarmos a nova marca, fazemos um convite: Gramado é Feita de Histórias.
O pórtico que nos recebe é a capa do nosso livro. As quatro estações que mudam as cores da cidade são os nossos capítulos. E o aconchego que você sente ao entrar é a alma de um povo que, desde 1875, soube construir o seu destino com afeto e as próprias mãos.
Este é o inicio da nossa história, temos mais para te contar, mas a melhor parte é que a próxima página ainda não foi escrita. E ela pode ser a sua.
E é desta maneira, como tudo começou, que te apresentamos a nova marca e o conceito de promoção turística de Gramado, lançado no Festuris.
Você tem uma história sobre Gramado? Quer nos contar?
Tela Tomazeli
Editora
(Fonte: Gramado, Ontem e Hoje - Mario Pizetta)









































































Comentários