A carroça...
- Tela Tomazeli | Editora
- há 17 minutos
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Editorial
Talvez se passem 60 anos, desde quando vinha da Linha 28, até o centro de Gramado, a pé, a cavalo ou em cima dos tarros do caminhão do leite, na companhia do meu nono Pedro Bordin.

Quando a nona cozinhava, me colocava em cima de um banco, a vista era o que é hoje a estrada principal que segue do 28 até a Várzea. No horizonte, com os cabelos cacheados na cintura e o vestido colorido, eu ficava imaginado o que acontecia lá, em Gramado...
Fui me moldando para estar inserida, naquilo que não sabia o que era, apenas sabia que era um caminho...
Ao longo do tempo me aproximei de pessoas, na maioria homens, pois estes sempre foram os fios condutores de Gramado. Não que as mulheres não fossem, mas, deste aos que chegaram nos navios, as mulheres sempre foram o pilar, porém, no silencio. E, de alguma forma, eu sempre quis gritar e, me fazer ouvir, por aqueles que contemplavam decisões. Sempre tive em mim que não estou neste mundo a passeio, eu faço parte da minha transformação e consequentemente de onde vivo.
Desde o primeiro prédio que foi construído no Vale do Quilombo eu lembro de ouvir minha voz e, a partir daí, não me calar. E, tenho muito claro que o meu papel na minha comunidade contribuiu e contribui para um ambiente melhor.
Lembro da época que frequentava a Unisinos e, em algumas noites de inverno tínhamos que descer do ônibus e guiar o motorista para que não caísse no barranco, falo da RS 115. Não tínhamos celular, era pelo farol e pelo grito. O tempo andou e aquele trecho afundava...seguiu-se a incerteza da ‘115’, comprovada por várias outras ocasiões. Quando a Brita Rodovias entrou foi um período de ‘berros’ o tempo todo, mas conseguiu melhorar. Se não me engando do ano, foi em 2023 que houve uma queda de barreira, foi um desespero para quem trabalhava e os empresários, ninguém circulava, nem o turista e, ‘chapéu’ no Governo do Estado, como se não fosse obrigação manter o direito de ir e vir.
As vezes parece que a memória se esvai... vieram as chuvas, a memória da escassez volta.
O Rio Grande do Sul está listado como um dos estados mais prováveis de intempéries do tempo e aqui não falamos de coisa pouca.
Gramado sempre foi liderado pelos empresários, isso não desdém das políticas públicas mas, o empresários de Gramado estão a frente, são aguerridos e decidem os rumos.
Estamos frente a uma audiência pública sobre a concessão de Rodovias, entre elas a RS 115 e a 235, e o que vemos são reivindicações justas, porém, o Estado (e aqui não falo do RS, falo do estado como ente da federação) não é justo.
Não falo sobre o que devem ou não, o que é justo ou não, se sou a favor ou contra, falo da realidade. Quem deve decidir a questão das concessões são os empresários, colocando na ponta do lápis os custos. E, colocando também, o que querem para o destino de Gramado, e aqui falo de Gramado, cada município que responda por sua demanda. Empreendimento de grande porte já edificam suas pilastras, além da infraestrutura que já possuímos. Como projetar o município de Gramado para o futuro? A questão das concessões é clara, boa vias de acesso, isso é básico, é a primeira cadeira e é o que contempla todos os estudos do Turismo.
Vai inibir o turismo ou vai selecionar? Vamos andar de trem, de avião e, de carroça nas rodovias?
E finalizo refletindo que os políticos estão no seu papel, ‘defender o povo’, pois é do povo que vem a sua legitimidade. Porém, são os empresários que provém, e cabe a eles, nesta situação, defender a economia e dentro dela esta o ir e vir da seus funcionários, e do seu consumidor.
O que queremos para Gramado e como será conduzido este assunto ?
Tela Tomazeli
Editora







































































