México: Aeroportos de Pelotas, Bagé e Uruguaiana são vendidos. O que isso significa para o RS?
- Tela Tomazeli | Editora
- há 16 minutos
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AÉREO - Motiva anuncia venda de todos os seus aeroportos para o Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR)
Mudança não é imediata e concessionária continua na administração do terminal até a transação ser concluída
A Motiva, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, anunciou a venda de 100% da sua plataforma de aeroportos, entre eles o Aeroporto de Pelotas, Bagé e Uruguaiana para a Aeropuerto de Cancún, S.A. de C.V., uma subsidiária do Grupo Aeroportuario del Sureste, S.A.B. de C.V. (ASUR), que opera nove aeroportos no México e outros sete na América Latina.
A empresa afirma que "não há nenhum impacto operacional nos aeroportos, que continuam funcionando normalmente". A Motiva seguirá à frente da administração do terminal pelos próximos meses, até que a transação seja formalmente concluída, mantendo o atual quadro de colaboradores, assegurando o cumprimento dos contratos vigentes e com o compromisso de oferecer a melhor experiência aos passageiros. A previsão é que a conclusão do processo aconteça em 2026, após a aprovação pelo poder concedente e pelos órgãos de defesa da concorrência.
A transação, no valor total de R$ 11,5 bilhões, sendo R$ 5 bilhões em equity pelas participações acionárias da Companhia nos ativos aeroportuários, e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas, se refere à alienação de 100% das ações detidas pela Motiva na CPC Holding, veículo que consolida as cotas da Companhia nos seus 20 aeroportos.

Sobre a plataforma de Aeroportos
A Motiva Aeroportos, agora integralmente vendida à ASUR, reúne 20 operações aeroportuárias na América Latina, sendo 17 no Brasil e três em outros países da região, com movimentação anual de 47 milhões de passageiros e mais de 200 rotas regulares.
Nos 12 meses encerrados no terceiro trimestre de 2025, a Receita Líquida do negócio de Aeroportos da Motiva totalizou R$ 2,565 bilhões e o EBITDA alcançou R$ 1,301 bilhão, com margem de 51%, além de 524 mil toneladas de carga movimentadas. Esses indicadores traduzem uma plataforma resiliente, diversificada e eficiente, apta a capturar crescimento com qualidade de serviços, produtividade e robusto fluxo de caixa.
Estratégia da Motiva
A venda da plataforma de aeroportos marca mais um avanço na estratégia de simplificação do portfólio com destravamento de valor, anunciada pela Companhia no seu plano estratégico Ambição 2035, que prioriza o crescimento rentável, seletivo e sinérgico de seus negócios e a eficiência operacional superior para a criação de valor sustentável.
“Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos o nosso portfólio, ampliamos a nossa capacidade de investimento nos segmentos estratégicos para nossa companhia, em especial de rodovias e trilhos. Esta transação, de alta relevância para a execução de nosso Plano Estratégico Ambição 2035, vai destravar valor em nosso portfólio e simplificar nosso modelo de negócio, fortalecendo a nossa posição para liderarmos o futuro da mobilidade no Brasil,” afirmou o CEO da Motiva, Miguel Setas.
Sobre a Motiva: Maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, a Motiva atua nas plataformas de Rodovias, Trilhos e Aeroportos. São 39 ativos, em 13 estados brasileiros e mais de 16 mil colaboradores. A Companhia é responsável pela gestão e manutenção de 4.475 quilômetros de rodovias, realizando cerca de 3,6 mil atendimentos diariamente. Em sua plataforma de trilhos, por meio da gestão de metrôs, trens e VLT, transporta anualmente 750 milhões de passageiros. Em aeroportos, com 17 unidades no Brasil e três no exterior, atende aproximadamente 45 milhões de clientes anualmente. Primeira empresa do Brasil a integrar o Novo Mercado, a Companhia está listada há 14 anos no hall de sustentabilidade da B3.
Impactos da venda dos Aeroportos (Motiva para ASUR) na Economia, Turismo e Agronegócio do RS
A transação de venda da plataforma de aeroportos da Motiva para o Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR), no valor de R$ 11,5 bilhões, representa um passo de consolidação da infraestrutura aeroportuária do Rio Grande do Sul sob a gestão de um player global.
Para os aeroportos de Pelotas, Bagé e Uruguaiana, situados em regiões estratégicas do estado, os impactos esperados são principalmente de longo prazo, focados em continuidade de investimentos e melhoria de expertise internacional.
Economia e o Agronegócio (Carga)
O principal motor de crescimento dos aeroportos regionais no Sul do estado é a cadeia logística ligada ao Agronegócio, e a entrada do ASUR tem potencial para fortalecer este setor.
Continuidade de Investimentos Essenciais: A transação garante a continuidade dos R$ 130 milhões em investimentos (previstos pela Motiva/CCR) para ampliação e melhorias nos terminais (Pelotas, Bagé e Uruguaiana) até a conclusão da transação (prevista para 2026). Isso é crucial para que a infraestrutura aeroportuária acompanhe o crescimento das demandas regionais. (Fonte: Dados da antiga administradora, corroborados por notícias de lançamento das obras).
Fortalecimento Logístico e de Carga: A expertise do ASUR em grandes hubs internacionais pode levar à otimização dos terminais de carga, que são vitais para o agronegócio exportador gaúcho (sementes, commodities de alto valor, genética pecuária).
Significado Prático: A infraestrutura qualificada facilita a logística aérea, reduzindo custos e tempo para o escoamento de produção, o que é um fator de competitividade para o estado.
Conectividade Internacional: A operação do ASUR em nove aeroportos no México e sete na América Latina aumenta o potencial de integração de rotas diretas ou simplificadas, o que beneficia o comércio exterior do Rio Grande do Sul.
Impacto para o Turismo Regional e Conectividade
O impacto no turismo está mais ligado à conectividade de negócios e à qualidade da porta de entrada para o Sul do estado.
Aumento de Fluxo de Passageiros: Os aeroportos regionais já demonstravam forte crescimento no fluxo de passageiros nos anos recentes. Em 2023, Pelotas, Bagé e Uruguaiana movimentaram quase 113 mil passageiros, com Pelotas registrando um aumento de quase 130% em relação ao período pré-pandemia. A nova gestão tem o incentivo de capitalizar esse crescimento. (Fonte: Dados de Movimentação da CCR Aeroportos - Fonte 2.1).
Melhoria da Experiência e Acesso: A experiência de um operador internacional tende a aprimorar a qualidade dos serviços aeroportuários e a buscar a ampliação das rotas aéreas, facilitando o Turismo de Negócios e Eventos nas regiões de Pelotas, Bagé e na Fronteira Oeste (Uruguaiana).
Segurança da Transição: A ausência de "impacto operacional nos aeroportos" no curto prazo e a manutenção do quadro de colaboradores garantem que a transição seja suave, evitando interrupções que prejudiquem a economia e o turismo local.
Em síntese, a aquisição pelo ASUR sinaliza um compromisso financeiro e de expertise em um momento crucial, garantindo que os aeroportos regionais continuem recebendo os investimentos necessários para serem pilares de apoio ao agronegócio e à economia do Rio Grande do Sul.
A entrada de um player global como o ASUR aumenta a confiança no potencial de aviação do RS e reforça a imagem do estado no cenário de negócios internacional (incluindo o México, sede do ASUR).








































































