Ieda Maria Vargas: O adeus à eterna Primeira Miss Universo do Brasil
- Tela Tomazeli | Editora
- 6h
- 3 min de leitura
GRAMADO - O Brasil despede-se de um de seus maiores ícones de elegância e pioneirismo. Ieda Maria Vargas, a primeira brasileira a conquistar o título de Miss Universo, faleceu nesta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, aos 80 anos. A notícia, que comove o país, foi confirmada por sua filha, Fernanda Vargas, e amplamente repercutida pelos principais veículos de comunicação. Ieda, que residia há anos no bairro Planalto, em Gramado, estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Arcanjo São Miguel. Embora a causa exata da morte não tenha sido divulgada de imediato, sua trajetória recente foi marcada pela resiliência após enfrentar um AVC aos 55 anos. O velório e o sepultamento ocorrem nesta terça-feira, 23 de dezembro, em sua cidade natal, Porto Alegre.
A ascensão de um Ícone (1962–1963)
Nascida em Porto Alegre em 31 de dezembro de 1944, a trajetória de Ieda rumo ao estrelato global foi meteórica. Tudo começou em 1962, quando, aos 17 anos, foi eleita Rainha das Piscinas do Rio Grande do Sul. O que parecia um título regional transformou-se em uma sequência histórica de vitórias ininterruptas: em 1963, conquistou sucessivamente os títulos de Miss Porto Alegre, Miss Rio Grande do Sul e Miss Brasil, este último vencido sob os aplausos do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
O ápice ocorreu em 20 de julho de 1963, em Miami Beach (EUA). Aos 18 anos, Ieda desbancou candidatas de todo o mundo para ser coroada Miss Universo. Sua vitória não foi apenas um feito estético, mas um marco cultural que colocou o Brasil no topo dos concursos de beleza internacionais pela primeira vez, abrindo portas para gerações futuras e consolidando a "Era de Ouro" das misses.
Vida pessoal, superação e legado
Diferente de muitas figuras públicas, Ieda optou por uma vida de extrema discrição após o término de seu reinado em agosto de 1964. Em 1968, casou-se com José Carlos Athanázio, com quem teve dois filhos, Fernanda e Rafael. Após viver um período em Miami, retornou ao Rio Grande do Sul, estabelecendo-se definitivamente em Gramado após ficar viúva em 2009.
Sua força foi testada para além das passarelas. Ao sofrer um Acidente Vascular Cerebral que afetou sua fala e memória, Ieda dedicou-se à recuperação com a mesma determinação que a fez rainha, recuperando suas faculdades e mantendo-se presente em eventos selecionados. Sua importância histórica é tamanha que, no ano 2000, ela foi eleita em votação popular pela RBS como uma das "20 Gaúchas que Marcaram o Século XX", figurando ao lado de nomes como Elis Regina e Mario Quintana.
O reconhecimento final
Ieda Maria Vargas deixa um legado de dignidade. Em suas últimas entrevistas, como a concedida ao jornal Zero Hora em 2023, demonstrou uma visão lúcida e elegante sobre a evolução da sociedade e dos concursos de beleza. Com o seu falecimento, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a organização Miss Universo Brasil emitiram notas de pesar, reconhecendo-a como uma "eterna inspiração". Ieda não deixa apenas uma coroa de brilhantes, mas a memória de uma mulher que soube transitar entre o glamour absoluto e a simplicidade da vida privada com a mesma e inconfundível classe.
Fontes Consultadas:
Portal G1 RS: Reportagens sobre o óbito e internação (Dezembro/2025).
Agência RBS: Banco de dados e acervo histórico sobre os concursos de 1962/1963 e o especial "Gaúchos do Século XX".
Jornal Zero Hora: Entrevistas exclusivas e registros de arquivo (2023-2025).
Confirmação Familiar: Notas oficiais emitidas pela família Vargas Athanázio para imprensa.
