Gabriel Souza e o G30: Estratégia Gaúcha para liderança no Turismo
- Tela Tomazeli | Editora
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Atualizado: há 8 horas
G30 l RIO GRANDE DO SUL - Reconhecido mundialmente pelo agronegócio, vive agora o que é considerado "a vez do turismo". A Serra Gaúcha, em especial, desponta como um gigante e o maior cluster de cidades turísticas do Brasil, com pelo menos dez cidades de total vocação para o setor.
Lideranças do setor, reunidas no G30 Serra Gaúcha, um grupo que congrega empresários, entidades, academia e poder público, tendo a frente Thomas Fontana, defendem a construção de uma liderança nacional no turismo. O G30 atua há oito anos sob o propósito de transformar a Serra Gaúcha no destino mais estruturado, desejado e sustentável do Brasil.
Os Pilares do G30 e as Regiões Turísticas
O trabalho do G30 é estruturado em quatro pilares fundamentais: governança, infraestrutura, inteligência de mercado e promoção.
A região da Serra Gaúcha é composta por três grandes áreas orgânicas que se conectam e se complementam:
Região das Hortênsias: Focada em entretenimento e culturas alemã e italiana.
Região Uva e Vinho: Com destaque para o enoturismo e a cultura italiana.
Região dos Cânions: Com foco em natureza, aventura e cultura Gaúcha.
O estado, em geral, oferece uma grande diversidade turística, destacando produtos de nível internacional como o entretenimento, o enoturismo e os cânions.
Entregas e conquistas recentes (2025)
O G30 apresentou conquistas importantes, muitas delas em colaboração com o Governo do Estado, especialmente após as enchentes que afetaram a região:
Campanha "Viva o Inverno Gaúcho": Uma campanha promocional de $ 40 milhões financiada com recursos do FUNRIGS e articulada pelo trade junto ao Governo do Estado. A ação, concluída em tempo recorde (cerca de 45 dias), foi considerada muito importante para a região e está gerando um dos melhores finais de ano nos últimos tempos. O trade também criou peças próprias, amplificando o impacto da campanha.
- O FUNRIGS (Fundo do Plano Rio Grande) é um fundo de reconstrução do Rio Grande do Sul, criado para financiar ações de prevenção e recuperação após os eventos climáticos de 2023 e 2024. Os recursos provêm da suspensão da dívida do estado com a União e são utilizados para financiar projetos como o restabelecimento de sistemas de proteção contra enchentes, recuperação de infraestrutura e programas de apoio ao desenvolvimento econômico.
Campanha para Argentinos: Lançada recentemente, esta campanha, patrocinada por Sicredi Pioneira e CSG (Concessionária Caminhos da Serra Gaúcha), trouxe dez influenciadores argentinos para o RS. O objetivo é fazer com que os argentinos, que em sua maioria vão para o litoral, dediquem cerca de três dias à Serra Gaúcha ou à capital. Os vídeos já somam mais de 5 milhões de visualizações.
Portal Destino Serra Gaúcha: Administrado pela empresa Somos RS, o portal foi lançado com apoio do Sicredi Pioneira e "Icatu"e visa ser o canal oficial e profissional de comunicação da região. Em janeiro, ele ganhará sua versão completa, destacando municípios e estabelecimentos.
PEC EstruTUR RS: Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca transformar o turismo em um vetor estratégico de desenvolvimento para o estado. A iniciativa visa garantir que o turismo seja uma política mais perene, especialmente diante da reforma tributária, que pode impactar a arrecadação do estado por ser mais produtor do que consumidor. A PEC já conta com 47 das 55 assinaturas de deputados e a votação é esperada para março ou abril de 2026.
Visão para 2026 e o pedido ao Governo
Para 2026, o G30 planeja:
Conduzir a tramitação da PEC EstruTUR RS.
Realizar a segunda fase da campanha dos hermanos, com participação dos municípios.
Construir a marca Serra Gaúcha, um ativo para a comunicação da região.
Criar um Departamento de Marketing da região (privado) para gerenciar e trabalhar a marca.
Retomar a revisão do planejamento regional (Plano 2030), com intenção de apresentá-lo aos candidatos ao Estado.
Por fim, Thomas Fontana, Fundador do G30, formalizou o pedido do trade ao vice-governador Gabriel Souza, para ter 1 hora mensal de reunião com o trade. O objetivo é construir uma visão de longo prazo para o turismo e manter a proximidade, que já se mostrou frutífera em reuniões anteriores. Na oportunidade de sua fala, Gabriel Souza, assumiu este compromisso mensal.


Gabriel Souza: Rio Grande do Sul: De contas em dia a maiores investimentos, com foco em Turismo e desafio demográfico
O vice-governador do RS, Gabriel Souza, apresentou um panorama de transformação fiscal, crescimento em investimentos e competitividade, destacando o potencial do turismo na Serra Gaúcha, ao mesmo tempo em que o estado enfrenta o desafio do envelhecimento populacional. Abaixo fizemos uma síntese, que você pode acompanhar melhor, nos slides (PDF)
O equilíbrio fiscal e os investimentos
O vice-governador enfatizou que a atual capacidade do estado de realizar obras e fomentar o turismo é resultado de um longo e árduo processo de reformas estruturais, que tiraram o estado de um "desequilíbrio financeiro enorme".
Reformas essenciais: O governo implementou uma agenda de transformações, incluindo reformas previdenciárias (três votadas), administrativa e de carreiras.
Privatizações e concessões: Foi retomada uma agenda de privatizações e concessões, consideradas importantes para atrair investimentos e capitalizar o estado, revertendo uma tendência de 27 anos de paralisação nesse tema.
Investimento recorde: A concretização dessas reformas permitiu que os investimentos sobre a Receita Corrente Líquida (RCL) saltassem de uma média de aproximadamente 3% (período de 2015 a 2021) para quase 11% em 2024. Em 2024, o Rio Grande do Sul alcançou o maior índice de investimentos em 25 anos, chegando a 10,7% da RCL.
Investimentos privados: Em 2024, o estado atraiu mais de R$ 100 bilhões em investimentos privados anunciados, o maior volume dos últimos anos. O estado também é líder em privatizações e está no Top 3 em número de concessões estaduais no Brasil.
Foco no Turismo da Serra Gaúcha: Investimentos em infraestrutura
A infraestrutura e o turismo foram destacados como áreas que exigem investimentos "transversais", incluindo qualidade da mão de obra, segurança pública e boas estradas.
Investimentos em rodovias: Apenas em 2024, o estado investiu R$ 1,7 bilhão, um montante que supera a média de 11 anos (média de R$ 150 milhões entre 2010-2020).
Plano de Obras DAER para a Região (COREDEs Serra, Hortênsias e Campos de Cima da Serra): O plano prevê R$ 1,53 bilhão em investimentos.
Rota do Sol (ERS-486 e RSC-453): Serão investidos R$ 394,6 milhões em obras de resiliência (FUNRIGS) nos trechos entre Tainhas, Terra de Areia, Caxias do Sul e Lajeado Grande. A previsão de início das obras é 2026, com foco em contratação integrada para garantir maior resiliência climática.
Novas Ligações Rodoviárias (Eixo Vila Oliva): O DAER está investindo R$ 16 milhões na contratação do Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica e Ambiental (EVTEA) e anteprojeto para o acesso ao aeroporto de Vila Oliva e o Porto de Arroio do Sal. O plano inclui uma nova ligação da Rota do Sol até o aeroporto, com continuidade do traçado ligando a Gramado e a Estrada do Caracol em Canela.
Concessão do Parque do Caracol: O parque, sob gestão privada desde 2022, tem mais de R$ 100 milhões em investimentos previstos até 2027, além de uma outorga de R$ 150 milhões que alimenta o FUNDETUR (Fundo Estadual do Turismo).
O desafio demográfico e a qualificação
O Vice-Governador também destacou o desafio da mudança do perfil demográfico do Rio Grande do Sul, que é o primeiro estado brasileiro a perder o bônus demográfico.
Envelhecimento: A pirâmide etária de 1991, com formato piramidal, se transformou na de 2022, onde a população economicamente ativa está encolhendo, enquanto a proporção de idosos cresce.
População Idosa: O RS é o estado que tem mais idosos proporcionalmente, com 20% da população com 60 anos ou mais. A participação da faixa etária de 0 a 14 anos diminuiu de 30% em 1980 para 17%.
Foco em produtividade e qualificação: A solução para o menor número de pessoas na economia (população economicamente ativa) é que elas sejam mais qualificadas do que seus antecessores, aumentando a produtividade.
Investimento na primeira infância: Para garantir a capacidade cognitiva de aprendizado futuro, o investimento na primeira infância (até os seis anos de idade, quando 90% do cérebro é formado) é crucial.
Segurança Pública e Competitividade
A segurança pública é vista como um fator transversal fundamental para o turismo.
Melhor Desempenho: O estado é o 3º mais seguro do Brasil (CLP 2025), e 2024 foi o ano mais seguro da história, sendo superado em 2025.
Aumento do Efetivo: Pela primeira vez após anos de diminuição do número de servidores, o estado voltou a crescer o efetivo. Em 2025, o número de servidores da segurança pública (BM, CBM, PC, IGP e SUSEPE) está em 33.128, superando o número de 2010 (33.085).
O Vice-Governador concluiu reafirmando a meta de crescimento do PIB em aproximadamente 3% ao ano e da produtividade em 20% até 2030, baseado nos 5 habilitadores do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável: Capital Humano, Inovação, Ambiente de Negócios, Infraestrutura e Recursos Naturais.










































































