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Celebrando 71 Anos de Gramado: A Essência de nossa Terra e Povo

  • Foto do escritor: Tela Tomazeli | Editora
    Tela Tomazeli | Editora
  • há 18 horas
  • 10 min de leitura

ORIGENS - Neste ano, celebramos os 71 anos de emancipação política de Gramado, um marco de 15 de dezembro de 1954 que se estabeleceu apenas sete anos antes de eu nascer. Olhar para esta história é reconhecer a força do nosso povo, que transformou um simples topônimo, inspirado no terreno coberto de grama, no destino que hoje encanta o mundo.


Resolvi que a melhor forma de comemorar esta data não é apenas focar em obras e progresso, mas sim no significado de Gramado através das pessoas que o moldaram.



Gramado, dezembro de 2025. Crédito: Clube 885
Gramado, dezembro de 2025. Crédito: Clube 885

Crédito: Divulgação PMG
Crédito: Divulgação PMG
Avenida Borges de Medeiros, 1935. Fonte:  Gramado Ontem e Hoje - Mário Pizetta
Avenida Borges de Medeiros, 1935. Fonte: Gramado Ontem e Hoje - Mário Pizetta


A chegada de Augusto Bordin e a conexão com Gramado

Augusto Bordin foi uma figura que integra a história da imigração italiana no Rio Grande do Sul, chegando ao Brasil em 12 de dezembro de 1881, juntamente com seus pais, João e Mônica Bordin. Inicialmente, a família se estabeleceu na região da Décima primeira Légua – Travessão Cavour.


A fixação de Augusto Bordin e sua família na área que hoje compreende o município de Gramado ocorreu posteriormente. Após uma primeira mudança para Forqueta em 1885, a família Bordin se transferiu para o que viria a ser Gramado em algum momento entre 1885 e 1895. Um marco que atesta a presença da família na região é o nascimento de sua filha, Angelina, em 24 de dezembro de 1895, cuja certidão de nascimento já indicava o endereço na "estrada que leva ao local chamado Quilombo" (hoje, o Vale do Quilombo, em Gramado). A chegada de famílias italianas como a de Augusto Bordin foi fundamental para o desenvolvimento e a formação cultural da Serra Gaúcha e do próprio município de Gramado.


A relevância de Augusto Bordin na história local é mantida viva até os dias atuais, especialmente através de sua linhagem familiar. A editora do site Gramado Magazine, Tela Tomazeli, é bisneta de Augusto Bordin e trineta de seus pais, João e Mônica Bordin, estabelecendo uma forte e contínua conexão entre os pioneiros italianos da região e a comunicação contemporânea da cidade.


 

 

Fotos: Arquivo pessoal



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Situação Geográfica e Clima

O município de Gramado está situado na Encosta Inferior do Nordeste, no planalto sul-rio-grandense. Sua área é de 245 km², com uma altitude média de 855 metros. Limita-se ao norte com Caxias do Sul (tendo o Rio Santa Cruz como divisor natural), ao sul com Três Coroas, a leste com Canela e a oeste com Nova Petrópolis e Dois Irmãos. Possui um clima ameno e salubre, com ocorrência de geadas e, eventualmente, neve no inverno, com temperaturas que variam entre 10 °C e 0 °C (zero grau Celsius), podendo registrar graus negativos. O período mais chuvoso é de junho a outubro, com uma precipitação pluviométrica de 2.000 mm. O relevo é acidentado, com áreas elevadas e fortes declives, mas também possui áreas planas ou quase planas. O solo é de constituição rochosa, de origem basáltica. A cobertura vegetal é constituída por mata heterogênea, com a presença de araucária, imbúia e cedro. O principal curso d'água é o Rio Santa Cruz, localizado ao norte do município.

 


História e ocupação inicial

Ocupado a partir de 1875 com a chegada dos primeiros moradores, descendentes de portugueses, o atual município de Gramado iniciou seu povoamento no núcleo central e Linha 28. Posteriormente, imigrantes alemães e italianos também se estabeleceram. Até 1904, Gramado era parte de Taquara do Mundo Novo e, por ser uma das áreas mais povoadas, foi desmembrada, constituindo o 5º Distrito Distrito de Taquara, com sede em Linha Nova e foi fundado um cartório de notas e registro civil. Entre os colonizadores que contribuíram para seu desenvolvimento, destacam-se João Leopoldo Lied, Marcos José Nicoletti Filho (primeiro subintendente do Município), e Pedro Benetti (comerciante). O nome original do distrito era Dinizópolis (em homenagem a Diniz Martins Rangel), mas prevaleceu o topônimo "Gramado", inspirado no terreno recoberto de grama, com frondosas árvores, utilizado como local de parada e repouso dos viajantes.

 


Desenvolvimento e Emancipação

A sede distrital foi transferida para o local onde hoje se ergue a cidade em 17 de janeiro de 1913. A infraestrutura começou a se desenvolver com a criação da Paróquia de São Pedro em 1917, a instalação de uma agência de correios e um escritório do Banco Nacional do Comércio em 1918, e a chegada da iluminação elétrica em 1920. A chegada dos trilhos da Viação Férrea do RS em 1920 facilitou o intercâmbio comercial. Em 6 de fevereiro de 1926, inaugurou-se um educandário católico e, em 1930, foi inaugurado o Grupo Santos Dumont. O povoado de Gramado foi elevado a Vila em 31 de março de 1938, apresentando algumas casas de veraneio e divisões de terras no centro da cidade. Em 1935, foi construída a Igreja Matriz; em 1937, foi instalado o Hospital Santa Terezinha; em 1948, o Hospital Arcando São Miguel; e em 1951, surgiu o primeiro hospital. Gramado crescia, tornando-se uma Vila apreciada por seus habitantes pelo privilégio da natureza, que buscavam para descanso e cura. A Vila de Gramado, embora pequena, já apresentava hotéis como Bertolucci, Fisch, Sperb e Cândiago, oferecendo conforto e descanso aos veranistas. A Cascata do Caracol era a principal atração antes da construção da estrada de ferro até Canela.


A primeira tentativa de emancipação do município ocorreu em 1948, mas falhou. A Comissão Pró-Melhoramentos de Gramado, presidida por Osvaldo Edmundo Seidl em 1954, e composta por Walter Bertolucci (secretário) e Eusébio Balzaretti (tesoureiro), deu continuidade aos esforços. Finalmente, em 15 de dezembro de 1954, Gramado obteve sua autonomia, desmembrando-se de Taquara, e foi oficialmente instalado como Município em 28 de fevereiro de 1955.




Símbolos do Município

Os símbolos do município, criados em 1972 na gestão do interventor federal Horst Ernst Volk, são a Bandeira e o Brasão.


A Bandeira é feita em três panos, com as cores azul, amarelo e verde, que lembram as cores do Rio Grande do Sul e do Brasil.

  • O verde representa as matas e as paisagens.

  • O amarelo simboliza as riquezas da indústria, do comércio, dos artesanatos, do meio rural e do povo gramadense.

  • O azul representa a Hortênsia, a flor símbolo da cidade.



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O Brasão é um escudo português, de autoria do historiador Walter Spalding, com as seguintes características:


  • O Vale do Quilombo com suas elevações, representando o ponto turístico do município.

  • Um pinheiro com três andorinhas, representando a vanguarda dos bandos migratórios. A andorinha é fiel à sua primeira migração, voltando anualmente, e simboliza o descanso do viajante, a saúde e o bem-estar.

  • Uma casa de três pisos, significando a hotelaria da cidade.

  • O emblema do artesanato, representado por uma serra manual atravessada por um pincel e um martelo.



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Gramado, a Capital Brasileira da Hortênsia

Gramado é conhecida como a Capital Brasileira da Hortênsia. A hortênsia em flor é uma imagem onipresente na paisagem gramadense, enchendo os extensos gramados com cores. Os poemas e textos citados nas imagens destacam a beleza das hortênsias, a natureza salubre da região e a hospitalidade que encanta os visitantes. A cidade é um destino de turismo que soube valorizar suas belezas naturais e o estilo colonial de suas construções.


Fonte geral: Gramado Ontem e Hoje - Mário Pizetta / Gramado Simplesmente Gramado - Secretaria de Educação de Gramado, 1987

 

 

 

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Fotos: Tela Tomazeli



Depoimentos a Gramado

Trago depoimentos retirados do livro “Gramado Ontem e Hoje”, publicado em 1973 – Mário Pizetta.


 

O admirável espetáculo de Gramado

S. D. Ramayana

(Trechos do jornalista S. D. Ramayana, tirados do “Correio do Povo” de 30 de setembro de 1971)


Revi Gramado agora, e a impressão que tive foi de surpresa e encantamento. De 1968 para cá – que progresso!


Já disse várias vezes e repito ainda: visitar Gramado, para mim, é sempre uma lição e uma alegria. Gramado é um espetáculo admirável de hospitalidade, de limpeza, de progresso, de euforia criadora. Fundada sob o signo do turismo, Gramado guarda fidelidade, sem hiatos ao seu destino de beleza. Suas ruas arborizadas com belos canteiros floridos, o sorriso acolhedor de sua população, seus excelentes hotéis e motéis, restaurantes e churrascarias – que atualmente se contam em duas ou três dezenas – são modelares, obedecem à linha gramadense tradicional pelo asseio e pelo bom atendimento, e assim constituem motivo de orgulho para a população – de orgulho e inveja, diga-se a verdade.


O trabalho construtor dos gramadenses, sua aptidão de criar riquezas, seu gosto refinado de urbanizar, sua capacidade de inata de receber cavalheirosamente, sua índole ordeira, seu espírito civilizador – são exemplos incontestáveis de energia, de lucidez, de organização, de bom senso. E tudo isso, que contemplamos com emoção, enche o nosso espírito de otimismo e confiança.


Foi uma verdadeira obra de urbanismo gigantesca e moderníssima, a que se realizou em Gramado nos últimos anos: uma obra tão extensa, tão sólida e tão bela, que verdade seja dita a bem da justiça, bem poderá servir de padrão e de estímulo a quase todos os administradores municipais do estado e particularmente aos administradores das nossas cidades de veraneio. Depois, que densidade de vida e de trabalho! Que capacidade consciente de crescer, de prosperar e de enriquecer! Tudo aquilo é coisa que se ama e se admira; mas é sobretudo coisa que se deve louvar sem restrições – porque é no fundo da obra do gênio criador do povo gramadense.


Contemplando o progresso urbano de Gramado – suas belas artérias arborizadas e ajardinadas, seus parques e residências incomparáveis, seus bares e restaurantes asseados e confortáveis e de muito bom atendimento, suas indústrias de vimes e de calçados e de móveis finos, o sorriso acolhedor de seus habitantes, suas mulheres lindas e elegantes, seus homens solícitos e cavalheiros – contemplando a organização e a beleza da cidade formosíssima na sua hospitalidade e na sua nobreza, a gente não pode conter um certo sentimento de inveja, a inveja, que nos tolda os olhos de melancolia, de quem ama apaixonadamente este portentoso Rio Grande do Sul e ama muitas de suas cidades de veraneio, preteridas e derrotadas no seu primado de beleza e de progresso.


Felizmente, para consolo dos gramadenses e de seus vizinhos, a capital gaúcha do turismo tem uma coisa que os admiradores municipais de outras cidades não podem dar a suas cidades porque se trata de uma dádiva da Natureza: a paisagem. E valha-lhe isso. Porque lhes foi dado pela Providência e ninguém poderá imitar nem tirar.




Desfile de Carretas na Avenida Borges de Medeiros. Crédito: Tela Tomazeli
Desfile de Carretas na Avenida Borges de Medeiros. Crédito: Tela Tomazeli


Rodolfo Baier

Coronel do Exército Alemão – setembro de 1963

Estou contente de ter a honra em deixar meu testemunho neste livro. Como homem do Reno, gostei muito da terra gramadense, em especial do bom vinho de meu amigo Perini.



Ircy Sturmer

Rainha da V Festa das Hortênsias

O simples fato de concorrer ao título de rainha da Festa das Hortênsias, já emociona e empolga. O fato de ser eleita Rainha da V Festa das Hortênsias encheu-me de alegria pois me deu a dádiva de reinar entre flores e representar Gramado naquilo que de mais caro possui: sua beleza natural, seu clima ameno e sua hospitaleira gente, fator primordial que caracteriza Gramado.



Neiva Manéa Michaelsen

Rainha da VI Festa das Hortênsias

Assim conhecida internacionalmente. Não como rainha da VI Festa das Hortênsias, mas como filha de Gramado, digo que é maravilhoso e de muito orgulho viver neste pedacinho de chão e sentir-se membro dele, particularmente num festival de flores.



Gregório

Paraguay

Meus agradecimentos ao povo de Gramado pelas lindas maravilhas naturais e artesanais aqui encontradas. Deus continua a dar riquezas naturais tão lindas como tem dado até hoje.



Marilene Aparecida Rondon

São Paulo

Felicidade é a nossa de encontrar no princípio de nossa vida uma terra linda como essa, onde uma flor encheume de encanto e de admiração; e onde encontramos a mais doce uva, o melhor vinho e a melhor acolhida que poderíamos desejar.



Itacir Melo

Lagoa Vermelha

Qual Afrodite olvidada de cores no palco da beleza natural, ela se apresenta como a mais fascinante atriz do mundo floral. Em cascatas de cores maravilhosas, espraia-se bela e embelezadora sobre o lençol terrestre. Torna-o alegre e vivaz, encoberto por um oceano de matizes floridos, embebido integralmente por uma atmosfera perfumosa e aromatizadora, tal qual a rumorosa dos campos florestais. Tributa ao mundo uma beleza natural. Beleza do sonhar dos aúreos primórdios e imagem e grandeza divina. Beleza que personifica a imagem e grandeza divina. Beleza que traz o encanto natural de nosso planeta, tornado um belo fausto artificial com os prodígios do avanço tecnológico. Ei-la: cada vez mais bela! Cada vez mais suntuosa e mais soberana! Florescendo cada vez mais os pampas sulinos: A Capital Brasileira da Hortênsia.



Mariano Lizona

Chile

De todo corazón mys más sinceros agradecimientos por todo el Pueblo Gramadense de las belezas aqui existentes.



Irmã Maria Masciola

Suor Virgília Vitali

Sou muito grata em poder passar em Gramado e ver ali um paraíso que nós italianos sempre admiramos.



João Batista Lousardo

Ministro da Justiça (durante o governo de Getúlio Vargas)

Após uma ausência de trinta e oito anos desta magnífica cidade, o nosso encontro de hoje revive um passado de lutas, esforços e triunfos. Tive a grande satisfação de contemplar o êxito alcançado por esta Cidade e recordar a união que sempre presidiu essa magnífica e exemplar família da cidade “Jardim das Hortênsias”. Ao Perini, com todo carinho e toda a saudade de um tempo que vive em nossa alma e sentimento.



José Brunay

Alto dos Lombos – Portugal

Chico Perini, já o conheço a doze mil quilômetros de distância. Agora eu o conheço ao lado de toda a sua maravilhosa família que reside no Jardim das Hortênsias. E não falando do modo como fui recebido, porque estou como em minha casa: só quero desejar muitas saudades e visitar a próxima Festa das Hortênsias. Depois de 24 mil quilômetros que tenho de percorrer, nós nos encontraremos neste ambiente tão são e tão cheio de amizade. Com grande abraço.



Dina Gasperin

Recife – Pernambuco

Agradecemos pelos momentos de felicidade e tranquilidade que nos proporcionou o povo de Gramado. Nesta região tão linda como a de Gramado, só faltava mesmo um recanto com um gostoso vinho. Iremos daqui para Recife lembrando sempre de sua terra.



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Fotos: Tela Tomazeli/Prefeitura Gramado / Divulgação



O término de uma jornada na capital das Hortênsias

Mário Pizetta

Em cada pôr do sol, um novo panorama se aproxima. A cidade torna-se mais alegre. Rejuvenesce. Uma brisa suave cobre o maravilhoso Jardim das Hortênsias.


Os velhos – e por que não dizer os gloriosos construtores desta cidade? – saem de suas casas, caminham, passeiam. Seus passos são lentos devido ao cansaço do trabalho. Procuram distrair-se. Contemplam aquilo que suas mãos e seus esforços criaram.


A natureza quer cantar. Deseja ardentemente animar os desanimados. Dar vida aos inanimados. Dar consolo aos tristes e abandonados. Assim, cada dia, cada jornada que passa, mais páginas são escritas sob o olhar da beleza encantadora da hortênsia. As ruas estão repletas de andantes: os operários que deixam as fábricas, policiais que fazem suas permutas, o estudante noturno que se prepara para ir às aulas, o negociante que fecha sua loja. Ao longe a repicar do sino.


Um dia, como tantos outros, uma jornada como as demais. A cidade torna-se mais sorridente.

Olhando para um lado e para outro, não vejo tristezas. Vejo, antes, uma flor que jamais esqueceu de florescer em saudação aos ilustres visitantes, ao artesão que contente volta para o lar. As rosas e as hortênsias se desprendem e gratuitamente enviam mensagens de carinho, de felicidade a todos os que por aí passam.




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