Agosto Lilás: Câmara de Gramado promove painel de combate à violência contra a mulher
- Tela Tomazeli | Editora

- 27 de ago
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GRAMADO, RS - Leia aqui como se 'comporta a violência' e como pedir ajuda
A Câmara de Vereadores de Gramado, com uma iniciativa da vereadora Vivi Cardoso, realizou na terça-feira, dia 28, um importante painel sobre o combate à violência contra a mulher, como parte da campanha nacional Agosto Lilás. O evento, intitulado “Mais Voz, Mais Respeito – Unidas no Combate à Violência Contra a Mulher”, foi um espaço de reflexão e fortalecimento da rede de apoio às vítimas, reunindo mulheres da comunidade, estudantes do Colégio Santos Dumont, além de lideranças de entidades e clubes de serviço.

O encontro contou com a participação de especialistas em diversas áreas, incluindo a delegada Fernanda Aranha, a major Cláudia Maldaner, a advogada Elizabeth Krupp Grade, a diretora do Gabinete da Primeira-Dama Suzana Strassburger e a enfermeira Miriam Natali Frizzo. Elas compartilharam suas experiências e explicaram como suas áreas de atuação contribuem para o amparo às mulheres em situações de violência, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. A iniciativa, que teve apoio do Hospital Arcanjo São Miguel e do Gabinete da Primeira-Dama, reafirmou o compromisso da Casa Legislativa com a proteção feminina e a construção de uma cidade mais justa e humana.

O "Agosto Lilás" é uma campanha de conscientização nacional que busca combater a violência contra a mulher. Criada em referência à Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006, a campanha tem como objetivo principal chamar a atenção da sociedade para a importância da prevenção e do enfrentamento a todas as formas de violência de gênero.
A escolha da cor lilás simboliza a luta e a união das mulheres na busca por uma vida livre de agressões, sejam elas físicas, psicológicas, sexuais, patrimoniais ou morais. A campanha busca educar e informar sobre o ciclo da violência, além de divulgar os serviços e canais de apoio disponíveis para as vítimas, como delegacias especializadas, centros de referência e a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180).
Identifique as formas de violência
Para identificar se é o momento de pedir ajuda, é importante que a mulher esteja atenta a uma série de sinais, que nem sempre são óbvios. A violência doméstica não se manifesta apenas por agressões físicas, ela se apresenta de diversas formas. Reconhecer esses sinais é o primeiro passo para buscar o devido apoio e proteção.
Sinais físicos
Agressões físicas: Se a mulher sofreu ou teme sofrer qualquer tipo de violência física, como empurrões, socos, chutes ou lesões causadas por objetos.
Ameaças de morte: Ameaças diretas contra a vida da mulher ou de seus filhos.
Agressão sexual: Se o parceiro força a mulher a ter relações sexuais, ou qualquer ato de natureza sexual sem seu consentimento.
Impedimento de tratamento médico: O parceiro a impede de buscar tratamento médico ou de ir ao hospital, principalmente se a lesão foi causada por ele.
Violência durante a gravidez: Agressões durante o período gestacional, que colocam em risco a vida da mãe e do bebê.
Sinais psicológicos e emocionais
Humilhação e ridicularização: O parceiro humilha a mulher em público ou em particular, zomba de suas opiniões, aparência ou conquistas.
Controle e isolamento: Ele a proíbe de trabalhar, estudar ou de encontrar amigos e familiares. Controla as suas finanças, o que ela veste ou com quem ela fala.
Ameaças e intimidação: O parceiro ameaça a mulher, suas famílias, ou até mesmo animais de estimação. Ele também a intimida por meio de expressões faciais, gestos ou destruindo objetos de valor pessoal.
Culpa e manipulação: Ele a faz se sentir culpada pela violência, dizendo que ela a mereceu ou a provocou.
Ciúme excessivo: O parceiro a acusa sem motivos de traição, checa seu telefone ou e-mail constantemente e exige que ela dê detalhes de cada passo que dá.
Diminuição da autoestima: A mulher começa a se sentir insegura, incapaz ou deprimida devido ao tratamento do parceiro.
Sinais patrimoniais
Controle financeiro: O parceiro a proíbe de ter seu próprio dinheiro ou de trabalhar.
Danos aos bens: Destruição de objetos de valor sentimental, como fotos, cartas e presentes.
Retenção de documentos: Ele esconde ou destrói documentos importantes, como identidade, certidão de nascimento ou passaporte.
Lembre-se: qualquer forma de violência é inaceitável. O passo inicial para pedir ajuda é reconhecer os sinais e entender que você não está sozinha. É fundamental buscar apoio em organizações especializadas, amigos, familiares, ou até mesmo nos serviços de atendimento à mulher. A partir do momento em que a mulher se sente insegura ou teme por sua vida, é o momento de buscar ajuda.
Se você ou alguém que você conhece está em situação de violência, procure ajuda imediatamente. Você pode ligar para o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou buscar apoio nas delegacias especializadas. Lembre-se, o anonimato é garantido e você pode fazer a denúncia a qualquer momento.
Em uma situação de perigo em público
Onde falar pode ser arriscado, a mulher pode usar alguns sinais silenciosos para pedir ajuda. Esses sinais foram criados para serem discretos e, ao mesmo tempo, reconhecidos por quem está atento ao redor.
Um dos sinais mais conhecidos e adotados globalmente é o Sinal de Socorro de Mão. Ele é feito com um gesto simples e rápido:
A pessoa levanta a mão com a palma virada para a frente.
Dobra o polegar para dentro, em direção à palma.
Fecha os outros quatro dedos sobre o polegar, como se estivesse segurando-o.
A ideia é que, ao ver esse sinal, alguém possa ligar para a polícia, denunciar o caso a uma autoridade ou intervir de maneira segura, sem expor a vítima a mais perigo.
Outras formas de pedir socorro
Além do gesto com a mão, existem outras maneiras discretas de sinalizar que algo está errado:
Comprar um "batom" específico em uma farmácia: Algumas farmácias têm um protocolo de segurança em que a mulher pode se aproximar do balcão e pedir, por exemplo, um "batom lilás" ou um "batom vermelho". Isso é um código para que o farmacêutico entenda a situação e chame a polícia.
Aproximar-se de um funcionário: A mulher pode ir até um funcionário de uma loja, supermercado ou estabelecimento comercial e dizer algo como "Eu acho que perdi meu celular, você pode me ajudar a encontrá-lo?". Essa frase codificada pode alertar o funcionário de que ela precisa de ajuda e, assim, ele pode acionar a segurança ou as autoridades.
Ligação silenciosa para o 190: Se a mulher consegue fazer uma ligação para o 190 (Polícia Militar), mas não pode falar, ela pode deixar a ligação aberta. A atendente, ao ouvir ruídos do ambiente, pode rastrear a chamada e enviar uma equipe para o local.
Esses sinais são ferramentas de comunicação silenciosa que podem salvar vidas. Por isso, é muito importante que as pessoas ao redor, em especial os estabelecimentos comerciais, estejam cientes desses códigos para que possam agir rapidamente e de forma segura.









































































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