A [Re]Evolução do Varejo Gaúcho
- Tela Tomazeli | Editora
- há 3 dias
- 6 min de leitura
Convenção da Federação Varejista do RS foca em Inteligência Artificial e otimismo econômico
GRAMADO, RS – A 2ª Convenção Estadual Lojista, realizada pela Federação Varejista do Rio Grande do Sul, encerrou em Gramado com a missão de impulsionar a "re-evolução" do varejo gaúcho. O evento, que reuniu cerca de 700 profissionais do setor, destacou a inteligência artificial (IA) como a principal força motriz para a transformação dos negócios, além de abordar as perspectivas otimistas para a economia brasileira.
Com a nova tagline “A Alma do Varejo, a voz do Rio Grande”, a Federação reforçou seu compromisso em guiar os varejistas em um cenário de mudanças rápidas e constantes. Palestrantes de renome trouxeram insights sobre como as empresas podem se adaptar, inovar e prosperar na era digital. A tecnologia, em especial a IA, foi o tema central, presente em discussões que variaram desde a sua aplicabilidade prática até o seu impacto em larga escala no futuro dos negócios.
Inteligência Artificia
A emergência essencial para sobreviver
A IA foi apresentada não como uma tendência, mas como uma emergência para a sobrevivência e o crescimento dos negócios. O lançamento da CDL IA, uma assistente de IA generativa desenvolvida exclusivamente para o varejo, reforçou o papel da tecnologia como um "estagiário" capaz de aumentar a produtividade e resolver problemas operacionais.
O painel sobre IA com especialistas do Google e da Thoughtworks mostrou o potencial prático da ferramenta. Casos de sucesso revelaram como a IA pode reduzir em 50% o tempo de revisão manual de cadastros e fornecer respostas instantâneas nas redes sociais, melhorando o relacionamento com o cliente. A mensagem foi clara: a IA está aqui para resolver problemas, mas é preciso ter uma estratégia para saber onde se quer chegar, começando com pequenos testes.
Gustavo Caetano
Uma "Tempestade Perfeita" de Inovação
Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech, descreveu a atual conjuntura tecnológica como uma "tempestade perfeita", resultante da convergência da inteligência artificial, poder computacional, robótica e exploração espacial. Para ele, o futuro é impaciente e as empresas que não souberem usar a IA têm um problema de cultura, e não de tecnologia.
Caetano, que também participou do desenvolvimento da CDL IA, enfatizou a importância de entender as rupturas tecnológicas para se manter competitivo. Ele propôs quatro passos para a adaptação:
Eliminar o atrito: Simplificar a jornada do cliente, removendo barreiras.
Reduzir o atrito: Onde não for possível eliminar, minimizar ao máximo as fricções.
Ampliar a experiência: Criar momentos únicos e memoráveis para os clientes.
Criar o inédito: Inovar para se destacar da concorrência, oferecendo algo que ninguém mais tem.
Ele reforçou que, na era da IA, a capacidade de fazer as perguntas certas é mais valiosa do que ter todas as respostas, e que a mentalidade de crescimento e a disposição para testar e errar são cruciais.
Clique abaixo para abrir a palestra. Ela está em Microsoft PowerPoint.
Ricardo Amorim
Oportunidade em meio ao pessimismo
O economista Ricardo Amorim trouxe uma perspectiva otimista para o varejo, contrariando o pessimismo generalizado. Ele defendeu que a maior oportunidade de sucesso surge justamente quando a maioria das pessoas está com medo.
Amorim destacou que a IA é a maior transformação da humanidade desde a invenção da energia elétrica e que seu potencial é vasto para quem souber usá-la. Ele argumentou que a IA é parceira para pensar e, ao contrário de outras tecnologias, pode beneficiar quem tem mais bagagem, já que a utilidade da ferramenta depende do repertório de quem a usa. Quem corre risco, segundo ele, é quem tem um trabalho exclusivamente operacional e sem repertório.
Além da tecnologia, Amorim apontou fatores econômicos que beneficiam o varejo:
Crescimento acima do esperado: A economia brasileira tem se mostrado mais resiliente do que as projeções.
Queda da inflação: A deflação registrada em agosto, a maior em três anos, deve levar à queda de juros, impulsionando o consumo e o crédito.
Entrada de capital estrangeiro: O Brasil tem sido visto como um destino seguro para investimentos em um cenário de instabilidade global.
Ele concluiu que o varejo é um dos setores mais beneficiados por esse cenário e que a reforma tributária, ao reduzir impostos sobre a indústria, também terá um impacto positivo. Segundo Amorim, o Sul do país está particularmente bem-posicionado para se beneficiar dessas mudanças, devido à sua menor informalidade e maior participação de setores que serão favorecidos pela reforma.
Clique abaixo para abrir a palestra. Ela está em Microsoft PowerPoint.
Cases e aplicabilidade da IA via Google
A inteligência artificial também apareceu na convenção pelo viés prático, através de cases e aplicabilidade da tecnologia. O painel foi conduzido pela responsável pela área de varejo do Google Cloud, Silvia Somazz, e pelo diretor de Modernização Empresarial, Plataformas e Cloud na Thoughtworks, parceira da Google, Gregorio Melo.
Melo trouxe conquistas obtidas por clientes com o uso da IA. Os exemplos passaram por automação nos processos, como redução de 50% dos cadastros na passagem por revisão manual, e melhorias no atendimento/relacionamento com o cliente, com redução de tempo de resposta nas redes sociais de 16 minutos para respostas instantâneas. “Todos estão na pressão por melhores resultados, e a IA reduz custo operacional e aumenta receita”, disse Melo. Silvia mostrou uma pesquisa da Google com os 31 maiores varejistas brasileiros realizada antes, durante e após a black Friday. Os dados mostraram que apenas 13 aproveitam o histórico de navegação no app ou site para personalizar ofertas, enquanto 20 não enviaram notificação sobre produtos esquecidos no carrinho. “Isso é perda de venda. A pesquisa mostrou o tamanho de oportunidade e de melhora no atendimento”, constatou Silvia.
Melo destacou três aspectos importantes para investir em IA – maior personalização, operações inteligentes e aumento de relacionamento. “A IA está aí para resolver problemas, mas tem que ter estratégia para saber onde se quer chegar. Uma boa ideia é aplica-la aos poucos, fazendo pequenos testes”, aconselhou Melo. Para quem está adentrando nesse universo, Silvia sugeriu se aprofundar em conhecimento. “A IA consegue fazer cenários e proporcionar testes rápidos, se abre ou fecha determinada torneira. Mas antes de tudo tem que estudar, aprender”.
Acesse os dados com pesquisa da Google com os 31 maiores varejistas brasileiros realizada antes, durante e após a black Friday. Clique no PDF abaixo.
Fábio Neto
"Reconfiguração Pessoal" para o varejo
Gramado, [Data] – O Chief Strategy Officer (CSO) da StartSe, Fábio Neto, abriu o segundo dia da convenção com uma palestra sobre "Varejo sob Nova Direção", na qual enfatizou a importância de uma reconfiguração pessoal para enfrentar as transformações atuais. Ele destacou que vivemos uma convergência de revoluções simultâneas, para as quais as abordagens lineares do passado não são mais suficientes.
Principais pontos abordados na palestra:
O novo consumidor: Neto descreveu o consumidor atual como imediatista, que compra por diversos canais e valoriza mais a opinião de outros consumidores sobre uma marca do que a própria comunicação da empresa. Citando dados do Google, ele mencionou que 50% dos brasileiros fizeram compras em uma loja nova nos últimos meses.
A natureza da reconfiguração: O palestrante ressaltou que a era de reconfiguração é transversal, afetando o varejo em suas dimensões geográfica, tecnológica e pessoal. Ele exemplificou a fluidez do comportamento do cliente, mencionando que 80% compram em lojas físicas, mas metade desses clientes vêm do ambiente online.
Influência da China e da tecnologia: Neto sublinhou a influência crescente da China no cenário varejista. Ele usou o sucesso do TikTok no Brasil, que superou o WhatsApp em tempo de uso, para ilustrar a mudança de paradigma, com a provocação "Se sua loja não está no TikTok, você não gosta de dinheiro." Ele também classificou a inteligência artificial como uma emergência, e não apenas uma tendência.
Mensagem final: A palestra concluiu com o chamado para que as pessoas não neguem as mudanças. A recomendação de Neto é que as empresas e profissionais ofereçam experiências, sejam inquietos e questionem ao invés de buscar por respostas prontas.
A palestra serviu como um alerta sobre a rapidez das mudanças no mercado e a necessidade de uma adaptação profunda por parte de profissionais e empresas para se manterem competitivos.
Clique abaixo para abrir a palestra. Ela está em Microsoft PowerPoint.
Inteligência Artificial e a Nova Era dos Negócios
IA não é tendência, é urgência: A ferramenta se tornou fundamental para a sobrevivência e competitividade.
Mais que conversar, a IA age: A próxima fase da IA vai além da conversa, automatizando tarefas e tomando decisões.
Sua produtividade vai decolar: O uso da IA pode aumentar a produtividade em até 40% e a velocidade de execução em 25%.
Dados são seu novo ouro: A personalização e a experiência do cliente são cruciais, e a IA usa seus dados para criar ofertas únicas.
Comece pequeno, mas comece já: Não espere a solução perfeita. Adote a IA de forma incremental, focando em problemas específicos do seu negócio.
O Brasil na Vanguarda da Transformação
Otimismo real: O mercado brasileiro tem um potencial de crescimento acima das expectativas, com geração de empregos e moedas fortes.
Setores sem fronteiras: A transformação digital é transversal. A IA conecta o varejo à saúde, o consumo à logística, redefinindo as regras do jogo.
Olho no e-commerce: A maioria dos grandes varejistas ainda não usa IA para personalizar a experiência do cliente. Há uma enorme oportunidade.
Prepare-se para a [Re]Evolução
Capacitação é a chave: Invista em conhecimento digital para você e sua equipe.
Seja um "generalista-conectado": A capacidade de ligar pontos entre diferentes setores e tendências será mais valiosa do que ser um superespecialista.
Mude sua mentalidade: O sucesso não vem de ter todas as respostas, mas de fazer as perguntas certas.
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