Em certo tempo, havia bons motivos para as crianças cultivarem a doce fantasia de que o Papai Noel realmente existia, pois era visto somente na mágica noite de natal. Fazia a distribuição dos presentes e depois sumia para só aparecer no ano seguinte, enchendo de límpidas esperanças, espíritos ainda completamente

abertos aos melhores lados da vida.
Obviamente, os adultos conheciam a realidade, mas instigavam a imaginação e os sentimentos infantis, fazendo de conta que também acreditavam na existência dele. Aproveitavam para estimular valores e comportamentos, instruindo quem vestia a fantasia de Papai Noel, a abordar com cada criança a ela exclusivos, criando vínculos de intimidade que orgulhava os pequenos e os fazia se sentirem importantes.
Curioso como era boa a memória do Papai Noel. Ele se lembrava do que tinha recomendado no ano anterior e cobrava resultados. Curioso também era o medo que nutria os que tinham falhado nas recomendações feitas no último natal. A noite de natale se transformava, então, num instituto de suave aprendizado moral. E a paz afetiva habitava os domínios das residências, invadidas pelo odor dos pinheirinhos de natal e pela alegria das pequenas luzes penduradas em seus tenros galhos. Enquanto isso, os sininhos levantavam louvores que comoviam e dignificavam os cantores do céu.
E muitas recomendações proferidas naquelas noites inesquecíveis, ensinaram adultos a enfrentar caminhos onde o conforto das fantasias foi subjugado pela realidade da vida.
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