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A pedagogia do pinheirinho

Foto do escritor: Tela Tomazeli | EditoraTela Tomazeli | Editora

Em certo tempo, havia bons motivos para as crianças cultivarem a doce fantasia de que o Papai Noel realmente existia, pois era visto somente na mágica noite de natal. Fazia a distribuição dos presentes e depois sumia para só aparecer no ano seguinte, enchendo de límpidas esperanças, espíritos ainda completamente

Professor Romeo Riegel
Ilustração da Betty Wienner

abertos aos melhores lados da vida.


Obviamente, os adultos conheciam a realidade, mas instigavam a imaginação e os sentimentos infantis, fazendo de conta que também acreditavam na existência dele. Aproveitavam para estimular valores e comportamentos, instruindo quem vestia a fantasia de Papai Noel, a abordar com cada criança a ela exclusivos, criando vínculos de intimidade que orgulhava os pequenos e os fazia se sentirem importantes.


Curioso como era boa a memória do Papai Noel. Ele se lembrava do que tinha recomendado no ano anterior e cobrava resultados. Curioso também era o medo que nutria os que tinham falhado nas recomendações feitas no último natal. A noite de natale se transformava, então, num instituto de suave aprendizado moral. E a paz afetiva habitava os domínios das residências, invadidas pelo odor dos pinheirinhos de natal e pela alegria das pequenas luzes penduradas em seus tenros galhos. Enquanto isso, os sininhos levantavam louvores que comoviam e dignificavam os cantores do céu.


E muitas recomendações proferidas naquelas noites inesquecíveis, ensinaram adultos a enfrentar caminhos onde o conforto das fantasias foi subjugado pela realidade da vida.

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