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Trem Porto Alegre / Gramado: Agência Visão traz a primeira reunião dos empreendedores com empresários, para a apresentação do projeto

  • Foto do escritor: Tela Tomazeli | Editora
    Tela Tomazeli | Editora
  • há 52 minutos
  • 10 min de leitura

MOBILIDADE - Matéria Exclusiva/Gramado Magazine

A reunião da Agência Visão, no Condomínio Laken, no último dia (27),  marcou a apresentação do projeto de transporte ferroviário de passageiros e cargas entre Porto Alegre e Gramado, RS (Região das Hortênsias), um modal visto como a "volta daquilo que não tinha que ter saído". O projeto é liderado pela sociedade de propósito específico SulTrens, com suporte técnico da STE (Serviços Técnicos de Engenharia) e assessoria financeira da BF Capital.


O empreendimento está sendo desenvolvido com base em um novo marco regulatório federal e estadual que permite a autorização ferroviária por iniciativa privada, sem necessidade de aporte público.


 

Engajamento da comunidade

O presidente da Agência Visão, Jorge Maldaner, destacou que um dos objetivos da entidade é buscar mobilidade e logística para a região. Representantes políticos e empresariais reforçaram a importância do apoio da comunidade, afirmando que o setor público se empenha mais quando há respaldo do setor empresarial e da agência de desenvolvimento. O projeto é considerado de muita relevância e fundamental para o desenvolvimento de Gramado e da região.

 


Estrutura e Viabilidade do Projeto

  • Marco legal: O projeto se baseia na Lei Federal 14.273, de 27/12/2021, que cria a figura da autorização ferroviária para que a iniciativa privada estude, proponha e receba uma concessão de 99 anos (renovável por iguais períodos). O Rio Grande do Sul criou seu próprio marco institucional em novembro de 2023, seguindo a lei federal.


  • Investimento e prazo: O custo total estimado (a preços de março de 2025) é de R$ 4 a 5 bilhões, com a possibilidade de arrecadar R$ 700 milhões em receitas imobiliárias, resultando em um investimento líquido de R$ 3,8 bilhões a ser levantado. A previsão é iniciar a operação em agosto de 2032, com o início efetivo das obras no final de 2028.

 

  • Captação de recursos: A BF Capital está em busca de parceiros investidores. O BNDES demonstrou grande interesse, podendo financiar até 80% do projeto, com prazos de 30 a 34 anos.

 


Operação e Traçado

  • Traçado e distância: O traçado estudado é de 83,5 quilômetros entre o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, até Gramado. Cerca de 50 km seriam em superfície, e os 12 km da subida da serra representam o maior desafio técnico.


  • Tempo de viagem: A meta de marketing e psicológica é de uma hora de viagem entre Salgado Filho e a Serra.


  • Frequência e capacidade: A demanda inicial exigiria trens a cada meia hora, com capacidade para 450 passageiros, e a cada 20 minutos nos horários de pico. A via será dupla, e a sinalização está sendo projetada para suportar trens a cada 10 minutos.


  • Tarifa e receita: A tarifa inicial foi estimada em R$ 270 (com possibilidade de chegar a R$ 350). A receita do sistema virá de:

    • Tarifa (fundamentalmente).

    • Receitas acessórias (alimentos, bebidas, estacionamento, etc.).

    • Receitas imobiliárias de um ou dois condomínios residenciais que serão implantados com estação dedicada.


  • Foco no usuário: Inicialmente, os estudos se concentraram 100% na demanda turística. Contudo, o projeto visa atender também o porto-alegrense, permitindo, por exemplo, ir jantar em Gramado e voltar no mesmo dia ou passar o dia. O trem será direto Porto Alegre / Gramado / Porto Alegre

 


Desafios e impactos

  • Ambiental e desapropriações: A questão ambiental é citada como o principal gargalo. A criação do marco institucional estadual exigiu um estudo técnico público ambiental adicional, realizado em 28 dias. As desapropriações serão tratadas pela Sul3, que fará a negociação e o pagamento conforme decreto de utilidade pública, buscando minimizar a faixa de domínio (mínimo de 15 metros).


  • Concorrência aérea: Os desenvolvedores estão avaliando o impacto do possível aeroporto Vila Oliva, em Caxias do Sul. Eles notam que o trem é mais vantajoso para a comunidade e que o aeroporto em Caxias pode prejudicar o projeto, além de ser propenso a fechamentos (em média, 30% dos dias).


  • Carga: Há o interesse em estudar um trem de carga na mesma ferrovia, utilizando o modal durante a madrugada. A STE, um dos principais parceiros técnicos do projeto, já atua em projetos de iluminação pública por meio de Parcerias Público-Privadas (PPP) em Porto Alegre, Canoas, Santa Maria e Foz do Iguaçu.

 


Marco Institucional da Autorização Ferroviária

O projeto é baseado no novo Marco Institucional da Autorização Ferroviária, que permite à iniciativa privada desenvolver projetos e obter uma concessão de 99 anos, renovável, sem aporte público.

Aspecto

Detalhe

Dados Relevantes

Fontes

Investimento

Custo total estimado.

R$ 4 a 5 bilhões (preços de março/25).

Apresentação Visão

Financiamento

O BNDES pode financiar a maior parte.

Até 80% do projeto, com prazo de 30 a 34 anos.

Apresentação Visão

Prazo

Início das obras e operação.

Obras no final de 2028, início da operação em agosto de 2032.

Apresentação Visão

Traçado

Liga Porto Alegre (Aeroporto Salgado Filho) a Gramado.

83,5 km, com meta de tempo de viagem de 1 hora.

Apresentação Visão

Demanda Estimada

Foco inicial em turistas.

25% do total de viajantes migrariam para o trem. Em casos internacionais semelhantes, a migração chega a 70%.

Apresentação Visão

Tarifa Estimada

Preço competitivo para o serviço.

Inicialmente estimado entre R$ 270 e R$ 350.

Apresentação Visão

 


Inovação e impacto no Turismo e na comunidade

O projeto visa transformar a experiência de chegada à Serra:

  • Para o Turista: A atração começa no Salgado Filho. Viajar de trem (em cerca de 1 hora ) elimina o estresse de aluguel de carro, trânsito congestionado e estradas. O trem operará até meia-noite e meia para atender aos voos noturnos.


  • Para o morador: O trem irá impulsionar a vida social e econômica, permitindo ao porto-alegrense vir jantar ou passar o dia em Gramado, e facilitando o deslocamento para questões médicas ou de trabalho na capital.


  • Modelo de negócio inovador: A viabilidade financeira do trem se baseia na alta demanda turística (diferente da maioria das ferrovias de passageiros no mundo, que operam com prejuízo e precisam de subsídio governamental ) e inclui receitas imobiliárias através da implantação de um ou dois condomínios com estação dedicada em Gramado.


 

Principais desafios

Os desenvolvedores reconhecem que o caminho não é fácil e estão se preparando para enfrentar diversos problemas:

  1. Ambiental e topografia: O maior gargalo é a questão ambiental , especialmente na subida da serra. O projeto atual prevê 10 quilômetros de túnel, que os engenheiros querem reduzir para tornar a viagem mais cênica.


  2. Tecnologia: A tecnologia precisa ser capaz de subir e descer em segurança a rampa da serra, uma característica que poucas fabricantes de trem possuem.


  3. Concorrência aérea: A possível implantação de um aeroporto em Caxias do Sul é vista como um problema, já que mataria o aeroporto Salgado Filho (Fraport) e prejudicaria o projeto ferroviário. Além disso, aeroportos na região de Caxias fecham em média 30% dos dias.


  4. Integração de carga: O grupo já está estudando a possibilidade de aproveitar a ferrovia para transporte de carga durante a madrugada, o que eliminaria parte do transporte rodoviário.


O sucesso do projeto depende do engajamento de toda a comunidade e empresariado, pois existe a convicção absoluta de que este é um produto importante para o Rio Grande do Sul. 

 

 

Fabricantes de trens em discussão para o Projeto Porto Alegre/Gramado

O projeto do trem para Gramado está em negociação com quatro fabricantes internacionais, após conversas iniciais com nove empresas. A decisão final sobre o fornecedor será técnica e financeira, dependendo também do tipo de investidor que entrar no projeto.


O critério principal é a capacidade de vencer rampas íngremes e a facilidade de fornecer trens mesmo com uma encomenda reduzida (estimada entre 15 e 20 unidades no primeiro momento).


Abaixo estão as empresas mencionadas e informações relevantes no contexto do Brasil e do projeto:

Fabricante

Origem

Destaque do Projeto/Brasil

Observações do Projeto

Fontes

Stadler

Suíça

Empresa criada há 120 anos com o objetivo de construir trens para os Alpes.

A tecnologia é vista como ideal para as rampas da Serra Gaúcha.

Apresentação Visão

Marco Polo

Brasil (Caxias do Sul)

Possui vantagens por estar sediada em Caxias do Sul, próxima à região do projeto77.

O projeto conta com um trem de seu portfólio.

Apresentação Visão

Alstom

França

Possui um trem "maravilhoso" que opera uma viagem turística de 1.500 km no México (Cancún).

Demonstração da capacidade de atender a projetos com foco turístico.

Apresentação Visão

CRRC

China

Fabricante de trens chinesa.

Está entre as quatro empresas que demonstraram interesse.

Apresentação Visão

 

Critérios de escolha para o Trem

A escolha do trem será baseada nos seguintes aspectos:

  • Capacidade de Vencer Rampas Íngremes: Fundamental devido ao desafio da subida da Serra.


  • Velocidade Máxima: Mínimo de 120 km/h.


  • Preço Final no Canteiro de Obra: O custo é avaliado no local de implantação, e não apenas na porta da fábrica.


  • Conforto e Facilidade de Assistência Técnica.


  • Bitola: Será utilizada a bitola de 1,435 metros (diferente da Trensurb, que é de 1,60 metros) para que possa ser fornecida por qualquer fabricante global, já que a encomenda inicial é reduzida (15 a 20 trens).


O próximo passo é a definição do traçado, o que é crucial, pois tudo, incluindo a escolha final do trem e os estudos de engenharia, deriva dessa definição. 

 


Critérios técnicos de construção e projeção financeira do Projeto Ferroviário

O projeto do trem entre Porto Alegre e a Serra Gaúcha está sendo elaborado com base em critérios técnicos rigorosos e uma projeção financeira conservadora para garantir sua viabilidade, que é uma característica rara em ferrovias de passageiros no mundo.


Critérios técnicos de Construção do Traçado

O estudo do traçado é a fase mais crucial, pois todas as definições subsequentes, incluindo a escolha do trem, dependem dele.


  • Extensão total e tempo de viagem

    • O traçado estudado tem 83,5 quilômetros.

    • A meta é alcançar um tempo de viagem de uma hora entre o Aeroporto Salgado Filho e a região de Gramado, um tempo considerado psicologicamente importante.


  • Perfil topográfico e rampas

    • Cerca de 50 quilômetros do traçado são em superfície, mas os 12 quilômetros finais de subida representam um grande desafio técnico.

    • A tecnologia dos trens precisa ser capaz de vencer rampas íngremes e garantir a descida em segurança. Uma empresa alemã de freios, Knorr, já foi consultada para garantir a segurança na descida.


  • Obras especiais

    • O projeto atual inclui 10 quilômetros de túnel, o que os engenheiros pretendem reduzir.

    • A redução dos túneis visa tornar a viagem mais cênica e visualmente bonita, transformando-a em uma atração.


  • Via permanente e sinalização

    • Bitola: Será utilizada a bitola de 1,435 metros (Standard Gauge), diferente da Trensurb (1,60 metros). Essa escolha garante que a maioria dos fabricantes globais possa fornecer os trens, já que o pedido inicial é pequeno.

    • Sinalização: O sistema será sofisticado, projetado para suportar trens circulando a cada 10 minutos, embora a demanda inicial exija trens a cada 20 ou 30 minutos.

    • Velocidade: A velocidade máxima dos trens deve ser de, no mínimo, 120 km/h.



Projeção financeira do Projeto

A projeção financeira foi feita de forma extremamente conservadora, garantindo que o projeto seja viável com zero aporte público, conforme exigido pela lei de autorização ferroviária.


  • Custo Total Estimado:

    • O custo total de implantação, a preços de março deste ano, é estimado entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões.


  • Fontes de Receita: O pagamento do investimento se dará por meio de três fontes principais:


  • Receita Tarifária: É a fonte fundamental de receita. A tarifa inicial foi estimada em R$ 270, podendo chegar a R$ 350.


  • Receitas Acessórias: Incluem alimentos, bebidas, estacionamento e catering.


  • Receitas Imobiliárias: Provenientes de um ou dois condomínios residenciais com estação dedicada, que a empresa pretende implantar na região de chegada. Estima-se arrecadar R$ 700 milhões com esse braço imobiliário.


  • Investimento Líquido a Ser Levantado:

    • Descontando a receita imobiliária, o valor líquido a ser levantado seria de R$ 3,8 bilhões.


  • Busca por Financiamento:

    • A BF Capital está focada na busca por parceiros investidores.

    • O BNDES demonstrou interesse, podendo financiar até 80% do projeto, com um prazo que pode chegar a 30 ou 34 anos.


 

A Importância dos Marcos Institucionais para a viabilidade do Projeto

Os Marcos Institucionais, que incluem a legislação federal e a estadual, são fundamentais para a viabilidade do projeto do trem Porto Alegre/Gramado, pois eles criaram a estrutura legal para que a iniciativa privada pudesse propor, financiar e operar um serviço de transporte ferroviário de passageiros sem depender de recursos públicos.


Lei Federal: A Criação da Autorização Ferroviária

O ponto de partida do modelo de negócio foi a Lei Federal 14.273, instituída em 27 de dezembro de 2021.

  • A Figura Legal: Esta lei criou a figura da Autorização Ferroviária.


  • O Papel do Privado: Permite que empresas privadas estudem e proponham projetos ferroviários de carga e passageiros.


  • A Concessão: O governo analisa a prioridade e a compatibilidade do projeto (e se não há conflito com outros projetos), e concede uma autorização por 99 anos, renovável por períodos iguais. Na prática, é considerada uma concessão eterna.


  • Zero Aporte Público: O mais crucial é que a lei estabelece que a autorização só é constituída se houver zero de aporte público. Isso é um diferencial, pois, em quase todo o mundo, o transporte ferroviário de passageiros opera com prejuízo e precisa de apoio governamental (seja para o custo de capital ou para o operacional). O projeto da Serra Gaúcha conseguiu contornar essa necessidade.


Lei Estadual: A adequação e a inteligência do Marco

Após a criação da lei federal, a equipe do projeto buscou a criação de um marco institucional próprio no Rio Grande do Sul.

  • Necessidade: Foi solicitada uma emenda constitucional para criar o marco institucional estadual, que foi aprovada em novembro de 2023.


  • A Estratégia Legal: A lei estadual é considerada "das mais inteligentes" porque, em vez de criar regras próprias, ela simplesmente diz: "Siga a lei federal".


  • O Benefício: Essa abordagem elimina o eventual conflito entre a legislação estadual e a federal, simplificando a interpretação e a aplicação da lei.


  • A Luta: A obtenção da autorização dentro do governo estadual foi uma luta, pois era a primeira vez que uma autorização ferroviária de passageiros era concedida no Brasil, o que gerou incerteza e dificuldades na Procuradoria e entre os funcionários públicos.


 

 Presenças de Destaque na "Missão SULTRENS a Gramado"

A reunião de apresentação do projeto do trem para a Serra Gaúcha, denominada "Missão SULTRENS a Gramado", contou com a participação de membros das equipes de engenharia, finanças e jurídica envolvidas na estruturação do empreendimento.


O encontro contou com a presença dos principais nomes da liderança técnica e financeira:

  • Pela RG2E, empresa ligada à área de ferrovias, estiveram presentes Renato Ely e sua senhora. Renato Ely é referenciado como o maior especialista em ferrovias do Brasil.


  • A BF Capital, responsável pela assessoria financeira, foi representada por Renato Sucupira e sua senhora. Renato Sucupira é uma figura chave na busca por parceiros investidores.


A equipe de engenharia da STE (Serviços Técnicos de Engenharia), que lida com os desafios técnicos do traçado, teve a presença de Athos Cordeiro, Daniella Cordeiro e Matheus Cordeiro. O suporte jurídico foi garantido pelos representantes do escritório Piva Advogados: Luiz Carlos Piva e Rafael Piva.


De Gramado, além dos empresários associados da Visão, estiveram o secretário de Turismo de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, o secretários de Planejamento de Gramado, Rafael Bazzan e o vice-prefeito, Luia Barbacovi.




Fotos: Tela Tomazeli



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