A pedagogia do pinheirinho
- Romeo Ernesto Riegel | Crônica

- há 40 minutos
- 1 min de leitura
Em certo tempo, havia bons motivos para as crianças cultivarem a doce fantasia de que o Papai Noel realmente existia, pois era visto somente na mágica noite de natal. Fazia a distribuição dos presentes e depois sumia para só aparecer no ano seguinte, enchendo de límpidas esperanças, espíritos ainda completamente abertos aos melhores lados da vida.
Obviamente, os adultos conheciam a realidade, mas instigavam a imaginação e os sentimentos infantis, fazendo de conta que também acreditavam na existência dele. Aproveitavam para estimular valores e comportamentos, instruindo o Papai Noel, quanto aos assuntos que ele deveria de abordar com cada criança, criando vínculos de intimidade que orgulhava os pequenos e os fazia se sentirem importantes.
Curioso como era boa a memória do Papai Noel. Ele se lembrava do que tinha recomendado no ano anterior e cobrava resultados. Curioso também era o medo que nutriam os que tinham falhado nas recomendações feitas no último natal ou se conduzido de maneira imprópria no ano em curso. E a noite de natal se transformava num instituto de suave aprendizado moral. A paz afetiva habitava os domínios das residências, invadidas pelo odor dos pinheirinhos l e pela alegria das pequenas luzes penduradas em seus tenros galhos. Enquanto isso, os sininhos levantavam louvores que comoviam e dignificavam os cantores do céu.
E muitas recomendações proferidas naquelas noites inesquecíveis, ensinaram adultos a melhor se conduzir enfrentando caminhos onde o conforto das fantasias foi subjugado pela realidade da vida.







































































Comentários