O IX Gramado in Concert, que continua até sábado (11), está marcado pela diversidade cultural. São 350 alunos de nove países e 20 Estados Brasileiros. Cada um com sua história na música. Para a imensa maioria dos músicos, a pandemia de Covid-19 representou uma abrupta interrupção nas carreiras. Teresa Ayumi Yokota, 25 anos, trompista brasileira que reside no Japão, precisou parar de tocar logo após a formatura na Universidade de Música de Tóquio, em março de 2020. “Me formei no auge da pandemia. Tudo parou. Todas as orquestras pararam. Muitas pessoas ficaram perdidas e eu fui uma delas. Comecei a trabalhar com traduções e como professora de Japonês para estrangeiros, mas não estava plenamente realizada. Percebi que precisava voltar para a música”, conta Teresa. Conforme a jovem, a busca por retomar as atividades musicais passou a ser constante. Em setembro de 2022, participou de um encontro da Associação de Trompistas do Brasil (ATB), em São Paulo. “Conheci outros trompistas que me falaram sobre o Gramado in Concert”, conta. Quando o festival abriu as inscrições, Teresa mandou um vídeo e foi selecionada. Para vir a Gramado, atravessou o mundo numa viagem de 35 horas. Filha de descendente japonês, nasceu no Espírito Santo e foi morar no Japão aos sete anos. Atualmente, reside na Província de Gunma, cidade de Ota. Segundo a jovem trompista, o gosto pela música surgiu antes de ingressar na escola. “Quando mudamos para o Japão, eu estudei em escola para brasileiros e não tinha aulas de música. Eu gostava de cantar e sempre quis tocar algum instrumento”, recorda. Com 11 anos, mudou de colégio e começou a estudar música. “Comecei tocando trompete. Depois, mudei para a trompa”, diz. Teresa revela, ainda, que pretende continuar os estudos na área musical. “Quero fazer mestrado”. No Gramado in Concert, ensaia com a banda pela manhã e faz aulas de trompa com o professor Radegundis Tavares. Nesta sexta-feira (10), às 20h, subirá ao palco do Expogramado para o concerto com a Banda Sinfônica do Festival. “Estou encantada com tudo. Fiz várias amizades. No Japão, temos mais dificuldades para fazer novos amigos. Tenho muita insegurança e a descontração do brasileiro melhorou meu desempenho”, afirma. Com programação totalmente gratuita, o evento continua até sábado (11). Além de grandes concertos no Expogramado, o festival leva grupos para hotéis, praças e igrejas. O evento reúne 350 alunos de nove países e 20 Estados brasileiros. Conteúdo: Halder Ramos Foto: Halder Ramos
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