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O Sol de verão

Foto do escritor: Romeo Ernesto Riegel | CrônicaRomeo Ernesto Riegel | Crônica
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

Em gramado, no verão, tem muita gente que pede para descansar num pouco, esbanjar o capital acumulado em heroicas jornadas de trabalho cumpridas com capricho, sob a marca de que, por aqui, todo trabalhador tem vontade de se sentir parte do sucesso que a cidade é. Mas, o descanso, às vezes, cobra dos gramadenses que saem mundo a fora, a submissão ao sofrimento de ventanias de areia, mosquitos, congestionamentos, medo de violências ou cotoveladas de ferozes multidões. O que não prejudica o romantismo da empreitada.


No fundo, comprova que os que tem bastante dinheiro são os que ganham muito e não os que gastam pouco. É por isso que aparecem cédulas e moedas, em todas as partes do mundo, manchadas de Natal Luz.


Na consciência de gramadenses antigos, essa época puxa pela lembrança dos encantados veraneios de outrora. Todavia, ser antigo é uma coisa e outra é ser prisioneiro de tempos que já se foram, tirando das rugas o privilégio de ser traços de conveniente modernidade iluminando os netos ou cumprindo afazeres abençoados pela sabedoria.


Vai daí que, tanto jovens que estão montando sua vida, como outros que já estão aproveitando o bem estar que construíram, têm sua alma aquecida pelo mesmo Sol de verão. Os primeiros enchem-se de venturas, retomam lembranças, saboreiam os frutos de seu sucesso; os outros se acalmam e deixam suas ambições atravessarem os tempos, sob às carícias da brisa que corre pela Rua Coberta.


E a gleba diminuída de turistas dessa safra mostram fisionomias de quem chorou em catacumba errada, e fazem planos para voltar em períodos mais divertidos.

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