Intervenção no varejo e na área de degustação renova ambiente para atender ao turista
Em plena fase de expansão, uma vinícola no interior de Flores da Cunha passou por uma intervenção arquitetônica para ampliar as experiências de seu enoturismo e, ao mesmo tempo, chegar repaginada para seu sexagésimo aniversário, a ser comemorado em 2024.
A chegada à simbólica data na Vinícola Mioranza virá conforme pede a tradição nesse empreendimento cujo ofício tem migrado através das gerações: a valorização do patrimônio familiar. Essa preocupação era tão evidente que, não por acaso, o projeto é assinado pela arquiteta Cristina Mioranza, sobrinha dos proprietários. “É um projeto muito especial para mim. A paixão pelos vinhos na família começou com o meu avô, e meus tios fundaram a vinícola. Meu pai nasceu ali e passei minha infância nesse lugar, convivendo com a minha avó, então tem um carinho todo especial envolvido”, conta a profissional.
A vinícola surgiu a partir do casarão dos Mioranza, uma construção de meados dos anos 1940, localizada no Travessão Alfredo Chaves. Foi justamente onde tudo teve início, no porão da casa, que ocorreu a intervenção. O espaço, de cerca de 250m², se constitui, agora, no novo varejo da marca. “Havia a necessidade de um lugar para a venda dos vinhos, para o acolhimento das pessoas”, observa a arquiteta.
Nesse espaço, a própria história se encarrega de ser parte do magnetismo do lugar. Tanto o varejo quanto a área de degustação, onde ocorreram as intervenções, eram ambientes já pré-conformados. “Foi mais um trabalho de mobiliário, porque a edificação já estava consolidada e valorizamos o que já existia no patrimônio”.
A Vinícola Mioranza está localizada em meio à rota Vinhos dos Altos Montes, uma região produtora que ostenta o selo de Indicação de Procedência, outorgado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Nesse cenário, com mais de 10 vinícolas dos municípios de Flores da Cunha e Nova Pádua, o enoturismo tem se desenvolvido rapidamente. Assim, a proposta também trouxe novas oportunidades para o empreendimento. “Entre o varejo e a cave, que será inaugurada num segundo momento, há uma área também para degustação e pequenos eventos”, diz Cristina.
Esse espaço, que ganha evidência maior aos finais de semana, também revela um dos destaques da proposta. Antigo objeto familiar, uma longa mesa de seis metros de comprimento, antes utilizada pela avó de Cristina para servir as refeições em meio às pipas da cantina, agora serve para acomodar os visitantes que degustam os produtos da vinícola. “Essa tábua de madeira maciça tem um valor sentimental para toda a família”, destaca.
Em cima dessa mesa, uma iluminação decorativa traz mais um elemento de foco. A luz é cênica, assim como a que coloca em destaque o portfólio da casa, no varejo. Nesse cenário, a arquiteta destaca um outro ponto de distinção. “É o grande charme dessa parte. Antes de chegar à cave, fizemos um balcão de degustação em pedra natural todo retroiluminado”, conta. Um detalhe com um toque de modernidade num lugar marcado pela tradição
Crédito: Guilherme Jordani
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