Depois da eleição, nos pretendentes a qualquer cargo público brotam lágrimas de decepção ou de júbilo, umedecendo vaidades feridas ou consagradas. E a prática histórica confirma que foi justamente a vaidade que os levou a expor sua individualidade ao escrutínio público. Ter perdido a disputa encontra, às vezes, consolo na busca de responsáveis pelo fracasso mas, geralmente conformação vinda de inesperados erros estratégicos ou falhas de natureza pessoal - sem levar em conta a poluição eleitoral representada pelos candidatos pueris que assumiram uma disputa apenas para mostrar que existem e ver a si mesmos em santinhos espalhados por aí.
Os eleitos se mostram eufóricos e importantes, porque a ambição pessoal invade, com a mesma intensidade, o coração dos pretendentes a cargos de exibição nacional, estadual ou municipal. Respiram a glória de terem saído da multidão, disponíveis para a admiração publica, nos cenários em que foram artistas. Ninguém pensa nos que estão disputando cargos em outros lugares ou de outra importância. Principalmente nos municípios, onde o candidato arrisca seu nome perante seus amigos, seus familiares e sua história pessoal.
Os que não foram eleitos buscam motivos para justificar a lástima de não serem tanto quanto pensavam ser. E os vencedores se deliciam sorrindo ao tempo entre o dia da eleição e o da posse, descansando antes de enfrentar o vozerio dos derrotados e o trabalhão de serem reeleitos. Contudo, todos reconhecemos que se não fosse tanto por uns quanto por outros, não poderíamos, nestes dias estar festejando a democracia.
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